A 29 de outubro, começaram a surgir casos de infeção pela bactéria legionella no distrito do Porto. Até agora, estão identificados 67 casos e já se registaram sete óbitos, no entanto, a origem do surto ainda está por determinar.

Os primeiros casos confirmados de legionella apareceram no Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim/Vila do Conde, mas já existem internados no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e no Hospital de São João, no Porto. Sobre o surto, e à margem de um evento em que participou esta quarta-feira, em Ermesinde, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, adiantou aos jornalistas que a fonte da infeção é ainda desconhecida e que é preciso “acelerar” a sua identificação.

Para isso, estão a ser recolhidas “análises de água das torres de refrigeração de vários espaços, águas de consumo e secreções dos doentes, para verificarmos se as estirpes de legionella são as mesmas”, mas o processo ainda está “numa fase inicial”, admitiu na mesma ocasião em declarações registadas pela agência Lusa.

Em cima da mesa das possíveis fontes de infeção estão várias opções, e a mais plausível parece ser uma torre de refrigeração localizada entre o Sul de Vila do Conde e o Norte de Matosinhos. Foram analisadas, no entanto, as águas da Petrogal, Ramirez, Amkor, Nelo, Lactogal, Vila do Conde Fashion Outlet e do NorteShopping, de acordo com informação avançada esta quinta-feira pelo “Jornal de Notícias”.

As colheitas referidas pelo secretário de Estado estão a ser analisadas no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, mas as conclusões ainda não têm data prevista.

O Ministério Público anunciou ontem, em comunicado, a abertura de um inquérito para descobrir “as causas do surto de legionella sucedido em concelhos do distrito do Porto, nomeadamente em Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim, tendo em conta as várias mortes já noticiadas como tendo nele a sua origem”.

Até que a fonte de infeção seja identificada, Lacerda Sales apela à população para que esteja “sempre alerta”, mas não há – e vários autarcas queixam-se disso mesmo – recomendações mais específicas para as populações residentes ou trabalhadoras naquelas áreas.

Em Matosinhos, a presidente da Câmara Municipal, Luísa Salgueiro, mostra-se “preocupada” com a situação, em declarações à Agênia Lusa, dizendo que a única garantia que pode dar para já é que “não existe nenhuma relação [do surto] com o abastecimento público da água” no município. Em comunicado, a Câmara de Vila do Conde reforça que “a doença não se transmite através do consumo de alimentos ou da ingestão de água, nem de pessoa para pessoa”.

Afinal, o que é a legionella e como tem evoluído o surto?

Artigo editado por Filipa Silva
Este trabalho foi originalmente realizado para o jornal Ângulo no âmbito da disciplina de AIJ/Rádio, Online e Imprensa – 3.º ano