Neste período em que a pandemia da Covid-19 tem tido grande impacto na economia do país e do mundo, o movimento feminista vai voltar à rua, no Dia Internacional da Mulher, para mais uma Greve Feminista Internacional. No Porto, a concentração vai ter lugar na Avenida dos Aliados, pelas 19h00 do dia 8 de março.

De acordo com a informação disponível na página de Facebook da Rede 8 de Março, a organização declara a sua luta feminista por melhores condições de vida. O grupo denuncia que as mulheres, “a quem normalmente já são reservadas posições mais precarizadas”, foram fortemente afetadas ao nível do emprego, destacando que, entre março e abril de 2020, em Portugal, “nove em cada dez empregos perdidos eram ocupados por mulheres”.

A Rede refere que o impacto do isolamento em casa teve também consequências ao nível dos casos de violência doméstica. O acentuado número de queixas foi o resultado do “aumento das tentativas de femicídios”. Neste contexto, a organização sublinha o falecimento de quatro mulheres às maõs de homens desde o início deste ano. Através de uma publicação no Facebook, o movimento refere ainda a omissão de dados por parte do Estado, nomeadamente em relação às pessoas trans e não-binárias.

O movimento feminista afirma que, ao nível internacional, os direitos das mulheres têm sido ameaçados, nomeadamente com o avanço da extrema-direita, em que Portugal não é exceção, e apela a que, tendo em conta a evolução do papel da mulher na sociedade atual, “não haja retrocessos, mas avanços”.

Neste sentido, a organização assegura que a sua luta não terá fim “até que todas as pessoas sejam livres” de um sistema que “oprime, precariza e mata”.

Em mais uma Greve Feminista Internacional, o movimento  compromete-se a assegurar as medidas de segurança recomendadas pela Direção-Geral de Saúde.

A Rede 8 de Março surgiu na Marcha pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a 25 de novembro de 2011, num contexto internacional em que a luta pela liberdade da mulher, potenciado por acontecimentos na Polónia, se encontrava em grande força.

O grupo está presente em várias cidades do país e reúne diversas associações feministas, antirracistas, antifascistas, de defesa pelos direitos das pessoas LGBT,  imigrantes e de combate à precariedade. Junta, também, pessoas singulares e outros movimentos sociais e coletivos.

Artigo editado por Filipa Silva