A ministra de Estado e da Presidência anunciou, esta quinta-feira, em conferência de imprensa pós-Conselho de Ministros, que Portugal pode não avançar para a próxima fase do desconfinamento, na próxima semana, como estava previsto pelo Governo.

“Para a semana, para quando estava prevista uma nova fase de desconfinamento, com estes números dificilmente se pode verificar esse avanço”, afirmou Mariana Vieira da Silva, aos jornalistas. “A situação epidemiológica no país tem-se vindo a deteriorar. Temos uma incidência de 1,5 e um R(t) de 1,13″, esclareceu ainda. O país “está longe da zona verde” da matriz de risco, apontou a governante.

A partir de 28 de junho, estava prevista a presença de público nos recintos desportivos para “escalões profissionais ou equiparados” das várias modalidades, até 33% de lotação. O Governo apontava ainda para esta fase de desconfinamento o fim da limitação de lotação dentro dos transportes públicos e a possibilidade de atendimento nas Lojas do Cidadão sem necessidade de marcação prévia.

Será proibido, a partir desta sexta-feira, às 15h00, entrar ou sair da Área Metropolitana de Lisboa (AML), aos fins de semana. A situação na região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser o maior ponto de preocupação das autoridades de Saúde. A ministra de Estado e da Presidência explicou que o aumento de casos na AML, deve-se “aparentemente, a uma prevalência maior da variante Delta neste território e também na região do Alentejo. É difícil a explicação e a tomada destas medidas, mas é uma condição que nos pareceu fundamental neste momento para não fazer alastrar a todo o país a situação que se vive em Lisboa”.

Mariana Vieira da Silva esclareceu ainda, em conferência de imprensa, que “não se trata de uma cerca sanitária”, em Lisboa, mas apenas uma medida de “contenção da pandemia dentro desta área metropolitana”, tentando impedir um alastramento de contágios para o resto do país. A circulação entre concelhos da AML continua a ser permitida, aos fins de semana.

Portugal registou, esta quinta-feira, mais 1.233 casos e dois óbitos. Há ainda 364 pessoas internadas, mais 13 do que no dia anterior, das quais 88 encontram-se em cuidados intensivos, mais cinco do que esta quarta-feira. Registou-se ainda a recuperação de mais 662 pessoas.

Segundo os últimos dados disponíveis, há 26.817 casos ativos, mais 569 do que no dia anterior. Nas últimas 24 horas, registaram-se mais 804 casos na região de Lisboa e Vale do Tejo, cerca de 65% do total de casos desta quinta-feira.