Vilar de Mouros e Amplifest foram adiados para 2022, devido à pandemia da Covid-19. O anúncio foi feito esta terça-feira (15).
Em comunicado oficial, a organização do festival de verão mais antigo do país justifica a decisão devido aos “novos adiamentos nas digressões dos artistas internacionais“.
Os portadores de passe geral ou de bilhete diário para o Vilar de Mouros 2021 têm assegurada a sua entrada na edição de 2022, que se realiza nos dias 25, 26 e 27 de agosto.
A organização do evento lamenta o segundo adiamento consecutivo: “Desfizeram meses de duros esforços“, lê-se no comunicado. Os responsáveis pelo festival apelam a que quem comprou bilhete não desista dos mesmos e os mantenha para a edição de 2022.
No entanto, os espetadores que quiserem devolver os bilhetes podem fazê-lo através das plataformas em que efetuaram a compra original.
Amplifest adiado, mas expandido
O Amplifest também volta a ser adiado. A organização do festival, que tem habitualmente casa no Hard Club, no Porto, justifica igualmente a decisão com “os sucessivos adiamentos de digressões de bandas confirmadas para o evento, a ausência de alternativas em linha com a identidade de programação do evento, as incertezas sobre as regras a aplicar ao setor e sobre o desenvolvimento da pandemia”.
No próximo ano, o festival vai ser “duplicado” e apresentará, pela primeira vez, um alinhamento para dois fins de semana consecutivos. No primeiro, de 7 a 9 de outubro de 2022, estão já confirmados Amenra, Caspian, Cult of Luna, Elder, Holy Fawn, Irist, Jo Quail, Oranssi Pazuzu, Pallbearer e Telepathy. O segundo, de 13 a 15 de outubro, é marcado pelo regresso a Portugal dos Godspeed You! Black Emperor!.
Todos os portadores de bilhetes podem pedir a devolução dos mesmos entre 11 e 28 de outubro deste ano. Os ingressos da edição de 2021 são válidos para o primeiro fim de semana do festival, em 2022. Quem mantiver esses bilhetes poderá comprar ainda entradas para o segundo fim de semana a um preço promocional de 90 euros, entre 15 de junho e 15 de agosto, informa a promotora do evento.
Adiamento em massa
Os dois festivais são os mais recentes de uma longa lista de eventos do género que já anunciaram o adiamento para o próximo ano.
No início do mês, o Primavera Sound anunciou os primeiros headliners depois de ter cancelado a edição de 2021. O Super Bock Super Rock também adiou a edição deste ano, devido à pandemia. Até ao momento, o Alive, o Rock In Rio e o Marés Vivas também anunciaram que só regressam em 2022, adiando mais uma vez as suas edições deste ano. No mesmo sentido, decidiram os organizadores do Summer Fest.
O North Music Festival foi, para já, o único festival que tomou a decisão de adiar a edição deste ano para finais de setembro e inícios de outubro. O festival Paredes de Coura está a avaliar, até inícios de junho, a concretização da realização da edição deste ano. Sobre o festival Sudoeste não há ainda novidades.
Erro no tratamento de dados dos eventos-piloto?
Em abril, o anúncio de que seriam realizados quatro eventos-piloto – dois mais de 400 espectadores sentados e de pé e outros dois com mais de mil pessoas -, fez prever que os resultados pudessem apoiar as promotoras de eventos de grandes dimensões nas suas pretensões de regressarem ao ativo neste verão. Contudo, até à data os resultados desses testes não são ainda conhecidos.
Aliás, segundo avançou à Lusa esta segunda-feira Álvaro Covões, da direção da Associação de Promotores de Espectáculos, Festivais e Eventos, terá havido “um problema informático“, que impede o conhecimento desses resultados.
“Quem tinha os dados era a Cruz Vermelha. Não estavam a conseguir tratá-los informaticamente, tem que ver com a forma como os dados seguiram. Não temos dúvidas de que não há casos positivos. Todas as pessoas que participaram nos quatro eventos testaram negativo”, explicou também ao “Público”.