Os trabalhos de remoção dos resíduos perigosos depositados nas antigas minas de São Pedro da Cova, em Gondomar, vão ser prolongados, por terem sido identificadas mais 17 mil toneladas em 2020. Marco Martins lamenta a espera pela decisão do Tribunal de Contas.

Trabalhos no terreno em São Pedro da Cova começaram em 2014. Foto: CCDR-N

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) avançou, esta sexta-feira (25), que vai estender o contrato dos trabalhos de remoção de resíduos perigosos depositados nas antigas minas de São Pedro da Cova, em Gondomar.

Esta extensão visa a “conclusão em definitivo” dos trabalhos, para a qual é necessária a remoção das mais de 17 mil toneladas de resíduos inesperadamente identificadas no local, em 2020.

Estes trabalhos complementares foram autorizados pelo Governo, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 16/2022, de 27 de janeiro de 2022, representando um investimento adicional de dois milhões de euros.

Estima-se que a conclusão dos trabalhos demore quatro meses, após a obtenção do visto prévio do Tribunal de Contas.

Em declarações ao JPN, o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, adianta que a extensão é “uma boa notícia”, no entanto, lamenta a espera pela decisão do Tribunal para se retomarem os trabalhos no local.

“Gostava que o processo fosse mais rápido, mas vamos ter de aguardar mais algum tempo pela decisão do Tribunal de Contas. O nosso objetivo é que os resíduos saiam todos efetivamente de São Pedro da Cova”, refere.

Até à data, foram removidas das antigas minas de São Pedro da Cova 275.300 toneladas de resíduos perigosos. Foto: CCDR-N

Segundo o comunicado da CCDR-N, os resíduos identificados estão “situados em depressões do terreno com área e profundidade apreciáveis ou relativas a vários maciços ferrosos (também contaminados), com densidade cerca de cinco vezes superior à densidade média da massa dos resíduos”.

Até à retoma dos trabalhos no local, a CCDR-N garante que “manterá toda a área da intervenção devidamente vedada, assim como as vias de acesso e as infraestruturas de betão”. Solicitou, ainda, a colaboração do Município de Gondomar e da GNR na “sensibilização da população e na melhor e mais frequente vigilância do espaço envolvente, até que estejam reunidas as condições de retoma plena dos trabalhos complementares previstos”.

Até à data, foram removidas das antigas minas de São Pedro da Cova 275.300 toneladas de resíduos perigosos, num investimento superior de 27 milhões de euros, financiados pelo Fundo Ambiental e por fundos comunitários.

A remoção dos resíduos começou em outubro de 2014, mais de dez anos depois do depósito, numa fase inicial que terminou em maio do ano seguinte, com a retirada das primeiras 105.600 toneladas.

O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) é a entidade responsável pelos estudos de medição e caracterização dos resíduos depositados nas antigas minas.

Este mês foi ainda conhecida a extinção, por prescrição, do processo relativo à deposição dos resíduos perigosos em São Pedro da Cova, declarada pelo Tribunal da Relação do Porto (TRP).

Artigo editado por Filipa Silva