O professor do ICBAS soma mais um prémio literário com a obra “A Matéria Escura e Outros Poemas”. A cerimónia de entrega de prémios vai ter lugar a 9 de abril, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra.

Jorge Sousa Braga é o vencedor da 14.ª edição do Prémio Literário Fundação Inês de Castro Foto: Fundação Inês de Castro/DR

Com a obra “A Matéria Escura e Outros Poemas”, Jorge Sousa Braga foi o autor distinguido com o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2020. A fundação, que todos os anos premeia “obras de prosa ou poesia escritas em língua portuguesa sobre motivos de mito inesiano“, tinha adiado a atribuição do prémio devido à pandemia. O anúncio foi feito esta quarta-feira.

Para além do Prémio Literário Fundação Inês de Castro, a obra já tinha sido distinguida com o prémio para “Melhor Livro de Poesia”, nos Prémios Autores 2021, atribuídos pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).

“A Matéria Escura e Outros Poemas” faculta “aquela visão constitutiva que não alcançamos para a matéria não luminosa que preenche as galáxias”, afirma o presidente do júri, José Carlos Seabra Pereira, em comunicado.

“Singularizado pelo núcleo de onze poemas cósmicos e sua longa litania de abertura, depois acolitados por outros poemas de motivos científicos, entre o espanto e o alarme de ‘Tanta conexão / E tanta solidão’ (‘O Cérebro’), o livro não abdica da pluralidade temática, com altos momentos poéticos em ‘Mulheres e árvores’ ou em ‘A Última Ceia’ e seu extraordinário Ecce Homo de piedade reversa perante a humanidade de um Cristo carregando a sua e nossa ‘cruz quotidiana'”, refere José Carlos Seabra Pereira acerca da obra premiada.

Jorge Sousa Braga nasceu em 1957 e é natural de Cervães, Vila Verde. Autor de uma vasta obra poética, também se tem destacado no campo da literatura infanto-juvenil – tendo ganho o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura Infantil com “Herbário” – e como tradutor e organizador em várias antologias. É também médico obstetra e professor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS-UP).

Obra de João de Melo distinguida com Prémio Tributo de Consagração Fundação Inês de Castro

O júri do Prémio Literário, composto por José Carlos Seabra Pereira, Mário Cláudio, Isabel Pires de Lima, Pedro Mexia e António Carlos Cortez, distinguiu também o autor João de Melo com o Prémio Tributo de Consagração Fundação Inês de Castro 2020.

João de Melo foi distinguido com o Prémio Tributo de Consagração Fundação Inês de Castro Foto: Fundação Inês de Castro/DR

Natural dos Açores e licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, João de Melo tem já 30 livros publicados, entre ensaios, poesias, romances e contos, e obras traduzidas em “Espanha, França, Itália, Holanda, Roménia, Bulgária, Alemanha, Estados Unidos, México, Colômbia e Croácia”.

“Gente Feliz com Lágrimas”, romance publicado em 2010, que foi adaptado a televisão pela RTP, já recebeu “cinco importantes prémios literários: Grande Prémio de Romance e Novela da APE, Prémio Fernando Namora, Eça de Queiroz, Livro do Ano Antena Um e o Prémio Internacional Cristóvão Colombo (Lima, Peru)”.

Em 2016, João de Melo recebeu o Prémio Vergílio Ferreira e em 2020 voltou a sobressair com um romance, “Livro de Vozes e Sombras”, em que “reexplora a sua mestria de composição, linguagem e estilo, reativando o duplo movimento de recoleção do sentido histórico”, garante a Fundação Inês de Castro.

O Prémio Literário Fundação Inês de Castro já distinguiu autores de reconhecido valor, como José Tolentino Mendonça, Hélia Correia, Gonçalo M. Tavares, Rui Lage, Djaimilia Pereira de Almeida, entre outros.

A cerimónia de entrega de prémios vai ter lugar a 9 de abril deste ano, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra.

Artigo editado por Filipa Silva