Entre 1 de janeiro e 31 de março, a plataforma registou um crescimento de 6% de reclamações face ao mesmo período do ano passado. No total, cerca de 1.400 queixas foram registadas. A má qualidade do atendimento e problemas de marcação e realização de consultas e exames estão entre as principais reivindicações dos usuários.

Aumenta o número de queixa relacionado ao setor da Saúde de acordo com dados do Portal da Queixa.  Foto: Alberto Giuliani

No Dia Mundial da Saúde e dois anos depois do início da pandemia, o Portal da Queixa revelou, esta quinta-feira (7), que entre os dias 1 de janeiro e 31 de março de 2022 foram registadas 1.406 reclamações no setor da Saúde, um número superior em 6% se comparado com o mesmo período de 2021. 

As queixas foram dirigidas a entidades de saúde públicas e privadas do País. Das várias reclamações dos consumidores destacam-se: má qualidade do atendimento (49% da queixas); problemas com marcação de consultas e exames, na realização de exames e na entrega de resultados de exames (19%); questões contratuais relacionadas com cancelamento, renovações e rescisões de contratos (11%); questões relacionadas com pagamentos, cobranças e reembolsos (8%); atraso, reembolso e problemas com encomendas de produtos de saúde (3%) e outros problemas, com um total de 10% das reclamações.

Problemas relacionadas a Covid-19 entre as reclamações

Foi apurado ainda que 12% do total das queixas do primeiro trimestre deste ano estão relacionadas diretamente com a Covid-19. Os problemas selecionados pelos utentes referem-se, sobretudo, à realização de exames, à entrega de resultados e ao acesso aos certificados digitais.

O estudo analisou 12 subcategorias e 299 entidades de saúde do setor público e privado. Das subcategorias do setor com maior número de reclamações, destacam-se as entidades de saúde privadas que registaram um crescimento de 59% no número de queixas. No ano passado, no período em análise, totalizavam 14% das reclamações dirigidas ao setor da Saúde e, em 2022, as queixas sobem para 21%. O sector público de saúde registou, por sua vez, no primeiro trimestre deste ano, uma queda considerável, de 23% em 2021, para 21% em 2022.

Quanto aos hospitais e maternidades também assistem a um aumento do número de reclamações, foram apontadas 20% das queixas somente neste ano, face aos 14% em 2021. Já o Planos de Saúde foi alvo de um decréscimo nas revindicações: menos oito pontos percentuais. Na subcategoria Laboratórios e Análises Clínicas, comprova-se um outro aumento, de acordo com o Portal da Queixa: a insatisfação dos utentes representa 9% das queixas este ano, número que, no ano anterior, equivalia apenas a 3%.

Artigo editado por Filipa Silva