Durante a visita do partido a uma feira em Matosinhos, um município tradicionalmente socialista, a comitiva do Chega Porto enfrentou algumas dificuldades no contacto com a população. O cabeça de lista Rui Afonso aproveitou ainda para lembrar Luís Montenegro que "as pessoas querem um governo de direita" como forma de apelo a um entendimento com o Chega após as eleições.

A delegação do Porto tem ainda marcada para esta tarde uma arruada na cidade da Maia. Jaime Silva/JPN

A visita da comitiva do Chega à Feira de Santana, em Matosinhos, ficou marcada por um momento de tensão com uma popular, que apelidou o partido de racista e xenófobo. O alvo dos comentários foi Marcus Santos, o número quarto do Chega pelo círculo eleitoral do Porto.

O candidato a deputado na Assembleia da República foi alvo de insultos de cariz xenófobo, com algumas comerciantes a pedirem para que “fosse para a sua terra“. O brasileiro, de 45 anos, reagiu aos insultos “na mesma moeda”, acabando por apelidar a cliente de racista.

Ao JPN, Marcus Santos garantiu “não retirar aproveitamento político” do acontecimento. “É uma frase de cariz racista, mas pronto, acredito que seja um fato isolado. Andamos aqui na feira e não passei nenhum constrangimento, a não ser com essa senhora”, disse.

Também Rui Afonso, cabeça de lista do Chega pelo círculo eleitoral do Porto, abordou a animosidade sentida durante o contacto com a população. “A situação com a senhora socialista faz parte também do pluralismo e da diversidade que devemos ter e o respeito que devemos ter pelas diversas forças políticas”.

No final da visita do partido liderado por André Ventura à Feira de Santana, o número um do partido pelo círculo eleitoral do Porto pediu que “Luís Montenegro entenda de uma vez por todas que, se houver uma maioria de direita, é porque as pessoas querem um governo de direita“. A declaração aconteceu depois do líder da Aliança Democrática (AD) ter reafirmado, esta quinta-feira (7), a sua recusa em fazer acordos com o Chega após as eleições legislativas de 10 de março.

O distrito do Porto é o calcanhar de Aquiles do Chega. Nas últimas eleições legislativas, foi no Grande Porto que o partido obteve o seu pior resultado, com apenas 4,37% dos votos. O número um do partido garantiu que “o partido fez o maior investimento da campanha eleitoral precisamente aqui no Norte” para conquistar os nortenhos. Recorde-se que o município de Matosinhos é um dos maiores bastiões do PS já que, desde que há democracia em Portugal, nunca nenhum outro partido governou o concelho.

A delegação do Porto tem ainda marcada para esta tarde uma arruada na cidade da Maia. As ações do partido no Porto terminam com um jantar de encerramento.

Editado por Inês Pinto Pereira