O presidente do Conselho das Escolas (CE), Álvaro Almeida dos Santos, admite limitações na implementação do processo de avaliação, mas garante que “é necessário e vai avançar”. O responsável assegurou ao JPN que “não houve por parte do Conselho das Escolas qualquer pedido de suspensão do processo”.

O presidente do CE salienta, contudo, que o facto de “bastantes escolas denotarem dificuldades na implementação e desenvolvimento do processo de avaliação” não significa que pretendam “impedir ou suspender a avaliação“.

Há, na verdade, escolas que ainda não estão preparadas para executar correctamente o processo de avaliação do desempenho dos professores, mas a solução passa por uma “implementação gradual” e não pelo adiamento, diz.

O objectivo do processo não é “impedir a progressão dos docentes que dependem da realização do processo de avaliação para conseguirem ascender na carreira”. Deste modo, Álvaro Almeida dos Santos considera que a prioridade na avaliação deste ano recai sobre os professores que “dela necessitam imprescindivelmente”. Nesta situação encontram-se os professores contratados ou os que transitam de escalão até 31 de Agosto de 2008.

Programa visa melhorias individuais e colectivas nas escolas

“O processo é complexo e, por isso, é natural que suscite dúvidas e apreensões”, declara Almeida dos Santos. No entanto, o presidente do CE evidencia a importância do processo de avaliação como “instrumento fundamental para melhorar a imagem e o desempenho dos professores e da própria escola pública em particular”.

Protestos sindicais não vão cessar

Na sequência da “Marcha da Indignação” do passado sábado, os professores decidiram manter o protesto contra as políticas do Ministério da Educação. A plataforma de sindicatos decretou luto nacional nas escolas durante esta semana e “segundas-feiras de protesto” durante todo o terceiro período lectivo.

Para alcançar os objectivos propostos, é necessário criar “condições operacionais” nas escolas para que possam desenvolver o processo “de forma adequada e centrado na realidade de cada escola“.

Em relação ao elevado número de escolas mal preparadas para proceder à execução do processo e consequente dano que a situação causa aos professores, Álvaro Almeida dos Santos refere que a principal meta dos órgãos do ministério, neste momento, é encontrar “soluções rápidas e eficazes”.

Proposta de Vitorino bem aceite pelos sindicatos

O dirigente socialista, António Vitorino, sugeriu ao Governo a adopção de um modelo experimental de avaliação dos professores, aplicado de forma progressiva e não precipitada.
As declarações foram proferidas, segunda-feira, no programa de comentário político “Falar Claro” da RTP.

A proposta de Vitorino foi recebida com agrado por parte dos sindicatos (FNE e FENPROF) que a considerou “razoável, ponderada e sensata”. Até ao momento, não houve qualquer reacção do Ministério da Educação às afirmações de António Vitorino.