As duas salas de cinema do Trindade estiveram abertas durante oito dias (8 a 15 de Maio) para dar a conhecer ao público do Porto os melhores filmes exibidos no Festival Indie, em Lisboa. A adesão, porém, não foi tão alta como o Plano B, entidade promotora do evento, esperava.

Ainda assim, a organização diz-se satisfeita com o número de pessoas que passaram pelo cinema Trindade, visto tratar-se de “um primeiro festival de cinema independente com filmes alternativos no Porto”.

Rita Maia, do Plano B, disse ao JPN que o público do Porto é difícil de cativar. Para a responsável, os portuenses estão “pouco habituados ao cinema alternativo”. “Tem que haver abertura do público do Porto para ver esse tipo de filmes”, disse.

Situação diferente em Lisboa, onde há, segundo Rita Maia, “uma diversidade muito maior de pessoas que estão habituadas a procurar coisas diferentes”.

Além da dificuldade em despertar a atenção do público, Rita Maia adiantou ainda que o tempo que a organização teve para preparar o evento foi pouco e lamentou que a divulgação do festival tenha sido feita apenas quatro dias antes do festival começar. “O que falhou foi o timing para podermos atacar em força com os programas e com os filmes, mas como foi logo a seguir ao Indie não houve um grande tempo para chamar mais as pessoas”, revelou.

A ausência de legendagens em português também é apontada pela responsável do Plano B como um dos factores que afastou o público para assistir aos filmes. Caso o festival se repita para o ano, Rita Maia revela a hipótese de legendar os filmes em português.

“Matar” saudades do cinema na cidade

Quem ficou satisfeito com a reabertura das portas do Trindade foram os mais velhos que puderam matar saudades do tempo em que as salas de cinemas do Porto estavam abertas. “O que nos agradou foi o facto de algumas pessoas terem ido ao festival, sobretudo as mais velhas, para recordar os tempos em que havia salas de cinemas no Porto”, referiu Rita Maia.

Durante o festival, que serviu para fidelizar um “pequeno público”, estiverem expostos objectos usados na exibição de filmes no átrio do Trindade em 1913 e imagens que evocavam as antigas salas de cinema do Porto.