O vereador das Actividades Económicas e Protecção Civil da Câmara do Porto, Manuel Sampaio Pimentel, defendeu, esta sexta-feira, que cabe às empresas empregadoras instituir uma “ética de responsabilidade social”, que se traduz na melhoria das condições de trabalho e na criação de ambientes saudáveis e gratificantes.

“Ser socialmente responsável não se restringe ao cumprimento de obrigações legais, é ir mais além, é respeitar o capital humano e o ambiente nas relações com todas as partes interessadas nas comunidades locais”, afirmou Sampaio Pimentel nas IX Jornadas de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, organizadas pela autarquia.

“E é neste enquadramento que a Câmara Municipal do Porto tem apostado na implementação de políticas de estímulo enquadradas numa óptica de requalificação de recursos humanos, promovendo o desempenho, as potencialidades e as competências”, rematou.

“A forma como percebemos e avaliamos os riscos deve ser algo de profunda reflexão porque se não os conhecemos, não podemos impedir os seus eventuais efeitos indesejáveis”, explicou o vereador, procedendo à abertura das jornadas.

Nesse sentido, atingir níveis elevados de desempenho é um dos objectivos preconizados por esta iniciativa camarária, que quer alertar para “os graves custos humanos e financeiros associados a comportamentos inseguros, acidentes e incapacidades”.

“A evidência clínica recente indica que o comportamento de segurança deve
compreender não apenas o seguimento de regras, mas também comportamentos de segurança macro activos de cidadania e de segurança”, disse. “Quando os trabalhadores adoptam de forma rotineira comportamentos de segurança, passam a considerar esses comportamentos como parte dos seus comportamentos formais e tornam-se mais comprometidos com os objectivos de segurança”.

Tendência para aumento das doenças profissionais

A prevenção foi outra das palavras-chave presente no discurso de Sampaio Pimentel, segundo o qual “é importante que todos os intervenientes tenham consciência da necessidade de prevenção, assegurando que são garantidas as avaliações e planificadas as acções que levam ao controlo efectivo do ambiente de trabalho não só para a redução de acidentes, mas também para a prevenção de doenças profissionais”.

De acordo com o vereador, estas patologias estão a alastrar-se e a diversificar-se à medida que as mudanças tecnológicas vão transformando o mercado de trabalho. “Os dados indicam que nas próximas décadas vai assistir-se a um aumento acentuado das doenças profissionais com elevado custo para os trabalhadores e para as empresas”, alertou.