A sala Suggia da Casa da Música recebeu, este domingo, o Orfeão Universitário do Porto (OUP) no sarau que encerrou as celebrações do centenário da instituição. Com o nome “Outras Histórias do Porto”, o espetáculo percorreu os cem anos do Orfeão e mencionou alguns dos momentos mais memoráveis, através de vídeos que mostraram o percurso da instituição até aos dias de hoje.
Entretanto, os atuais membros do Orfeão subiram a palco para homenagear o grupo, mas não foram os únicos. Os Antigos Orfeanistas da Universidade do Porto juntaram-se às gerações mais novas para homenagear a tradição e o grupo que marcou (e ainda marca) as suas vidas académicas.
O sarau contou com atuações da Tuna Universitária do Porto (TUP) e do grupo de Fado Académico. Os antigos orfeanistas subiram ao palco com uma atuação de jograis, que arrancou gargalhadas à plateia, e com uma orquestra de tangos. A primeira parte terminou com as danças etnográficas do Minho, Madeira, Açores e Douro. A TUP abriu a segunda parte com a cantiga “Saudade de Estudante”, seguido pela atuação dos Espirituais Negros.
Orfeão mantém a tradição
Apesar de existirem cada vez mais grupos académicos além do Orfeão, Ana Cristina Faria, presidente do OUP, diz que “vai havendo” novos orfeonistas todos os anos e que mantêm em pé todas as atividades, como “sempre se fizeram”.
Madrigalistas, Maçadeiras e canto Alentejano animaram também a segunda parte. A Tuna Feminina do OUP atuou com duas músicas américo-latinas antes do grupo Fado de Lisboa subir a palco. Já na reta final do espetáculo, os jograis voltaram a animar o público. Logo depois da atuação dos pauliteiros de Miranda, todos os orfeanistas, antigos e atuais, foram convidados para se juntarem à TUP no palco e cantar aquele que é considerado o hino dos estudantes: ““Amores de Estudante”“.
As reações depois do sarau
No final do espétaculo, o JPN falou com Filipa Magalhães, a presidente da Comissão das Comemorações do Centenário do OUP, que considerou uma grande honra atuar na Casa da Música, local que permitiu ao espetáculo “terminar em grande”.
Atualmente, o Orfeão Universitário do Porto tem 15 grupos académicos que atuam divididos em três vertentes: académica, etnográfica e clássica. Mesmo assim, há grupos desativados, como as Mornas e Coladeiras e a Orquestra Ligeira, que caíram em desuso. Filipa Magalhães diz que este “desaparecimento” de certos grupos resulta da falta de tempo e, sobretudo, das aulas e avaliações contínuas, algo que, antigamente, não era tão controlado.