O seminário de “Jornalismo Especializado”, organizado pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), continua durante o mês de abril com mais quatro conferências. João Ricardo Pateiro, jornalista da TSF e conhecido pelos seus relatos de futebol, é quem “dá o pontapé de saída”, esta terça-feira, às 18h30, no anfiteatro 1 do pólo de Ciências da Comunicação.
“Eu acho que sou um bocadinho a favor da especialização porque leva à maior qualidade, maior profundidade na abordagem dos assuntos e a um maior conhecimento”, revelou João Ricardo Pateiro, em entrevista ao JPN. Sem esconder a crise de mercado, o jornalista da TSF continua a acreditar que “se a qualidade for acima da média, seja em que área for, a probabilidade de existir mercado de trabalho para essa pessoa aumenta”.
Jornalismo Especializado em abril
Durante o mês de abril, o seminário “Jornalismo Especializado” vai contar com mais três conferências. O jornalista do JN, Alfredo da Maia, vai falar de jornalismo ambiental no dia 9. David Pontes, da Lusa e Porto24, fala de jornalismo local no dia 16. Por fim, Carlos Rico, da SIC, fecha o mês com uma conferência sobre reportagem de investigação, no dia 23.
Para João Ricardo, um jornalista não precisa obrigatoriamente de uma especialização para fazer jornalismo ou, mais concretamente, jornalismo desportivo. “Eu acho é que não o fará tão bem”, admite. O desporto, que abrange muitas modalidades para além do futebol, é uma das áreas do jornalismo com mais especificidades. João Ricardo Pateiro diz que conhece um jornalista de rádio “que domina muito bem a linguagem e o conhecimento das regras de cada modalidade”. Mas, diz, esta especialização “não é muito frequente”.
Conhecido especialmente pelos seus relatos de jogos de futebol, João Ricardo Pateiro espera que a conversa de terça-feira fuja para esse tema. “Eu relato desde miúdo sem saber que isto ia ser a minha vida”, disse João Ricardo, admitindo que os relatos que fazia a jogos de mesa e matraquilhos lhe deram algum treino.
“[Relatar] Tem também muito a ver com as milhares de horas de relatos que ouvi quando era criança”, recorda. Ao ouvir relatos, sabia o “que queria que a pessoa que relatasse me desse”. Hoje, com o microfone na mão, é ele que tenta dar aos ouvintes o que eles querem.