Encontraram-se frente a frente, este domingo, num fim de tarde de futebol no Estádio do Bessa, duas equipas situadas na metade inferior da classificação e com necessidade urgente de somar pontos.

Numa partida inicialmente equilibrada, os comandados de Erwin Sanchez aproveitaram a falta de eficácia do adversário para, a partir do adiantamento no marcador, construírem uma exibição sólida e uma vitória que acabou por ser justa.

Com golos de Luan, na primeira parte, e Idris, na fase final da partida, os boavisteiros regressaram ás vitórias em casa e passam a ocupar o 13º lugar da Liga Portuguesa.

Velha máxima: Quem não marca, sofre

Numa primeira parte essencialmente equilibrada, a equipa boavisteira foi ligeiramente superiorior em relação ao oponente, o que justifica a vantagem registada ao intervalo. Com uma melhor entrada em campo, o Boavista conseguiu impôr uma pressão inicial forte na saída de jogo do Moreirense.

Os verde e brancos sentiram essa pressão e, quase sempre, foram subjugados no seu meio campo defensivo. Apenas passes longos para as costas da defesa adversária ou tentativas de desmarcações para os homens mais adiantados (Roberto, Nildo e Podence) permitiam à equipa de Pepa chegar mais à frente no terreno.

No entanto, a primeira oportunidade de golo flagrante pertenceu à equipa visitante, que ao décimo minuto de jogo viu Cauê enviar a bola ao poste na sequência de um pontapé de canto.

A resposta do Boavista surgiu passado dois minutos também através de um cabeceamento, mas que acabou por sair muito ao lado. O remate foi do médio defensivo Idris.

A partir do quarto de hora e até ao golo do Boavista, o Moreirense esteve por cima do jogo e podia ter chegado à vantagem, algo que o ponta de lança Roberto não conseguiu ao falhar uma grande penalidade à passagem do minuto 25. Uma oportunidade que surgiu de um pontapé direto de Makaridze até à área adversária, onde Nildo, aproveitanto a falta de acerto da defesa axadrezada e a muita imprudência de Lucas na hora de abordar o lance, ganhou uma grande penalidade, muito contestada pelos adeptos da casa.

O pénalti foi depois mal executado por Roberto, que rematou muito à figura do guardião Kamran.

A partir daí, o Boavista voltou a subir as linhas, anulou o médio Francisco Geraldes e através da mobilidade ofensiva dos médios Carraça e Fábio Espinho cresceu no jogo.

À passagem do minuto 30 chegou à vantagem numa jogada de insistência após um canto a seu favor. Fábio Espinho acabou por cruzar para o segundo poste, onde Luan apareceu isolado a cabecear para o fundo das redes de Makaridze. Até ao intervalo, os axadrezados ainda tiveram duas oportunidades flagrantes de golo, prontamente resolvidas pelo guarda-redes do Moreirense.

Inoperância vs controlo

As oportunidades de golo registadas na segunda parte foram muito escassas comparativamente ao que sucedeu na primeira metade de jogo.

Com o Moreirense a tentar entrar forte, o plano de jogo recaiu, apenas e só, no aproveitar da velocidade do extremo emprestado pelo Sporting, Daniel Podence, conseguindo chegar à linha de fundo adversária mas, porém, nunca tendo o acerto e definição necessárias dos lances. No cômputo geral, os visitantes não chegaram a dispor de uma oportunidade clara nos segundos quarenta e cinco minutos.

Poucas mais teve também o Boavista nessa fase do encontro. Mas, as poucas que teve, aproveitou bem. Defendendo de forma compacta e anulando as possíveis investidas quer dos homens do meio campo quer dos extremos da equipa visitante, os axadrezados recuaram para um bloco médio baixo na forma de defender.

Apesar de não terem usado muitas vezes o contra-ataque – preocuparam-se mais em anular o adversário do que em atacá-lo -, o Boavista conseguiu sempre ter o jogo controlado. Se, aos 80 minutos, a equipa da casa sofreu alguns calafrios na sua grande área, devido a um pontapé de canto perigoso, dois minutos volvidos, o feitiço virou-se contra o feiticeiro, só que, desta feita, os da casa não perdoaram e Idris, mais forte no ataque à bola ao primeiro poste, dilatou a vantagem para 2-0. Estava feito o resultado final.

“A vitória é dos jogadores”

Após o jogo, Erwin Sanchez admitiu que a grande penalidade desperdiçada pelo adversário foi um momento importante mas, salientando sempre que a sua equipa mostrou capacidade e melhorou “alguns aspetos que eram importantes”. Na opinião do boliviano, a equipa demonstrou “boas transições e boas dinâmicas”, numa vitória justa e que era, para si, importante para “os adeptos e para o clube”.

Resignado mas com fé na equipa

Já o treinador da equipa visitante salientou a boa entrada que tiveram na primeira parte. Na sua opinião, “o lance do penálti marca o jogo” e acabou por dar um grande ânimo ao Boavista que, para Pepa, aproveitou da melhor forma o pior momento e o estado animico da sua equipa. Declarou ainda que não sente o lugar em risco. O técnico reiterou que não pensa nisso, neste momento, apesar de estar “sempre em risco o lugar de um treinador”. As cinco derrotas seguidas não preocupam o técnico, que acredita que a sua equipa vai dar uma resposta positiva nas próximas jornadas.

Ficha de jogo
Competição:
Liga NOS (7ª jornada)
Estádio: Bessa, Porto
Golos: Luan (30´) e Idris (83´)
Cartões Amarelos: Fábio Espinho (26´), Marcelo Oliveira (43´), Francisco Geraldes (46´), Talocha (53´), Iuri Medeiros (77´) e Cauê (90´)

 Equipa de Arbitragem

Árbitro: Jorge Ferreira
Árbitros Assistentes: Inácio Pereira e Jorge Oliveira
Quarto Árbitro: Carlos Macedo

Boavista FC
Onze inicial: Kamran; Tiago Mesquita, Henrique, Luan e Talocha; Idris (capitão), Carraça, Iuri Medeiros, Fábio Espinho e Bukia; Erivelto
Suplentes utilizados: Digas (60´), Philipe (75´) e A. Carvalho (86´)
Treinador: Erwin Sanchez

Moreirense FC
Onze inicial:
Makaridze; T. Almeida, Diego Galo, Marcelo Oliveira e Rebocho; Cauê, Alan Schons, Daniel Podence, Francisco Geraldes e Nildo; Roberto
Suplentes utilizados: Boateng (45´), Fati Jr (67´) e Ramirez (85´)
Treinador: Pepa