O jogo entre o Belenenses SAD e o Boavista disputado este sábado, no Estádio do Jamor, acabou num empate sem golos. Porém, de aborrecido o jogo não teve nada, tendo cada uma das equipas várias ocasiões de golo.

A equipa da casa entrava para o jogo da 10ª jornada na 10ª posição do campeonato, contando com cinco empates, mais que qualquer outra formação da Primeira Liga. Vitórias, somou duas, uma delas frente ao Benfica.

Já o Boavista entrou neste jogo a lutar pela permanência, encontrando-se no 15º lugar, apenas um ponto acima da linha de água.

O que as duas equipas têm em comum é a falta de golos: registo de sete para o Belenenses e oito para o Boavista, o que faz destes conjuntos dois dos cinco menos concretizadores do campeonato.

Poucas alterações nos onzes

No que diz respeito às formações iniciais, o Belenenses apresentou apenas uma alteração, voltando Diogo Viana ao onze para o lugar de Gonçalo Silva. Em termos táticos, Silas não apresentou nenhuma surpresa, mantendo a aposta no 4-3-3.

Já do lado dos forasteiros, Jorge Simão voltou a contar com David Simão – cumprido um jogo de suspensão – e com André Claro, os dois de regresso onze inicial. Quanto à tática, o técnico português de 42 anos continua com o 4-2-3-1, sendo o capitão, Fábio Espinho, o médio que mais se aproxima do ponta de lança Rafa.

Início de jogo lento

O jogo começou com ambas as equipas a entrarem algo a medo, tendo muitas dificuldades em manter a posse de bola.

Foi o Belenenses a começar a assumir o controlo do jogo a partir do 10º minuto mostrando mais confiança a construir a partir da defesa e apostando mais na pressão alta. Contudo, o jogo continuava algo lento e sem grandes lances de perigo em jogo corrido, sendo a única aproximação às balizas adversárias nos primeiros 15 minutos um cabeceamento de Keita no minuto 7 depois de um bom cruzamento de Lucca na direita.

O primeiro lance de perigo do Boavista surgiu por parte do jogador que mais tentou animar o ataque das panteras, Rochinha, quando este rematou à malha lateral no seguimento de um lançamento lateral longo.

Forte domínio dos azuis

O Belenenses continuou a dominar os acontecimentos tendo cada vez mais o domínio da posse de bola, mas continuava a ter dificuldades em entrar na área dos visitantes, falhando várias vezes o último passe. Nesta altura, a equipa orientada por Jorge Simão limitava-se a jogar a bola longa para o avançado Rafael Lopes, facilitando a tarefa aos centrais Nuno Coelho e Sasso que não estavam a ter dificuldades em lidar com este plano de jogo.

A equipa da casa conseguiu criar algum perigo por parte de Licá e Eduardo aos minutos 26 e 27, respetivamente, porém sem causar grandes transtornos ao guarda-redes Helton.

Reação axadrezada

Apesar do domínio do Belenenses SAD, foi o Boavista que acabou melhor a primeira parte aproveitando o ímpeto causado por um bom lance de contra-ataque aos 36 minutos, provocando grandes dificuldades à defesa da casa com uma pressão mais alta e intensa.

Apesar disto, foi neste melhor momento dos visitantes que surgiu a melhor oportunidade de golo da primeira parte, com um remate por cima da barra de Fredy quando o angolano tinha tudo para abrir o marcador no Jamor. Destaque para o bom lance e passe de Licá.

Logo ao intervalo, Jorge Simão optou por revogar a aposta que tinha feito em André Claro, substituindo-o pelo habitual dono do lugar de extremo esquerdo, Mateus.

Escolha essa que provou ser inspirada já que foi o próprio que ajudou a dar continuidade ao domínio visitante. Mas foi do Belenenses o primeiro remate ameaçador do segundo tempo, por Lucca, de fora da área depois de uma boa combinação na esquerda.

Falta de Eficácia

Foi a partir deste momento, porém, que o Boavista assumiu por completo as rédeas do jogo. A primeira aproximação à baliza de Muriel fez-se com um forte remate do dinâmico Mateus, passando muito perto do poste esquerdo da baliza, tendo sofrido ainda um ligeiro desvio que empurrou a bola para canto. Nesse canto, Mateus voltou a puxar por Muriel, que continuou em grande. Todo o jogo dos axadrezados passava por Mateus nesta altura, que estava a dar grandes dores de cabeça a Diogo Viana e a Silas.

Ao minuto 60, depois de uma grande jogada individual, Rochinha disfere um remate que, mais uma vez, não consegue ultrapassar o guarda-redes da casa. Por esta altura, o Boavista estava completamente por cima no jogo e a única coisa que faltava era mesmo o golo.

Ritmo abrandou

Silas tinha que responder ao crescimento do adversário e optou por tirar Fredy para lançar Dramé, tentando proporcionar mais velocidade e profundidade ao ataque. Poucos minutos depois voltou a recorrer ao banco de suplentes para tentar recuperar o domínio do meio-campo, substituindo Eduardo por Ljujic. Contudo, continuava sem conseguir criar qualquer perigo.

O que conseguiu foi diminuir o ritmo de jogo e consequentemente o perigo criado pelos visitantes. A qualidade coletiva diminuiu e ambas equipas passaram a depender somente da qualidade individual dos seus jogadores.

Muitas faltas, pouco futebol

Por volta do minuto 70, o jogo descontrolou-se com faltas sucessivas. Em pouco mais de 20 minutos o árbitro André Narciso foi ao bolso cinco vezes para mostrar cartões amarelos, três para a equipa da casa e dois para os visitantes.

Ainda assim, cada equipa ainda teve uma grande oportunidade de ganhar o jogo. Primeiro o Boavista, por parte de Rafa, quando este, ao minuto 74, depois de mais uma boa jogada e cruzamento de Mateus, remata de primeira forçando mais uma grande defesa de Muriel Becker.

A vez do Belenenses chegou mesmo ao cair do pano. Bola longa originada num pontapé de baliza, cabeceamento de Keita na direção de Licá que também cabeceia a bola isolando Dramé. O avançado francês, no frente a frente com Helton, permitiu a defesa do guarda-redes brasileiro.

Resultado aceitável

No final do encontro, Jorge Simão afirmou, nas entrevistas rápidas, que tinha “que aceitar o resultado” dado que a primeira parte foi de domínio do Belenenses e a segunda do Boavista.

Tiago Teixeira, adjunto de Silas, concordou com o técnico da equipa do Bessa dizendo que o resultado “acaba por se aceitar” lamentando a falta de eficácia da sua equipa na primeira parte.

Com este resultado, o Belenenses mantém-se no meio da tabela, ao passo que o Boavista caiu na zona de despromoção. E o próximo desafio dos axadrezados para o campeonato é frente ao líder da tabela, o FC Porto, no Estádio do Dragão. Será a 2 de dezembro, depois da pausa da Primeira Liga para as seleções e para a Taça de Portugal.

Artigo editado por Filipa Silva