No encontro que abriu a 21.ª jornada do campeonato, o Boavista Futebol Clube visitou, esta sexta-feira, no Estádio D. Afonso Henriques, o Vitória Sport Clube e saiu derrotado, por 2-1. As “panteras” ainda se colocaram em vantagem, mas mostraram-se pouco afoitas no ataque e acabaram por sofrer a reviravolta diante de uma formação vimaranense que foi sempre mais capaz. O golo “axadrezado” teve a assinatura de Ricardo Mangas. Rochinha e André André marcaram para os “conquistadores”.

À partida para o encontro havia 14 pontos a separar as duas formações, com o Vitória SC a ocupar a sexta posição da tabela e a discutir um lugar nas competições europeias, enquanto o Boavista FC estava abaixo da linha de água, no 17.º posto. A lutar por objetivos distintos, as equipas têm em comum a aposta na juventude durante o último mercado de transferências de verão, bem como a alteração no comando técnico no decorrer da temporada. João Henriques sucedeu a Tiago Mendes nos vitorianos. Jesualdo Ferreira rendeu Vasco Seabra nas “panteras”.

Os visitantes vinham de resultados encorajadores para o campeonato, com o empate na visita ao Estádio do Dragão, frente ao FC Porto, e a vitória na receção ao Moreirense, pelo que o técnico “axadrezado” fez apenas uma alteração em relação às escolhas iniciais desse triunfo. O  experiente central Adil Rami regressou à titularidade e Reggie Cannon foi relegado para o banco, com Devenish a assumir o posto de lateral-direito nesta partida, num esforço para conseguir maior solidez defensiva.

Por sua vez, os “conquistadores” estavam há cinco jornadas consecutivas sem vencer e chegavam a este encontro com a ausência confirmada de Ricardo Quaresma, uma das figuras da equipa. Ainda assim, o técnico dos vimaranenses apenas fez duas alterações face ao onze inicial do último jogo. Zié Ouattara entrou para o lugar de Sacko, na lateral direita, e André Almeida substituiu Wakaso no meio-campo.

Boavista marca primeiro, Vitória SC responde à altura

Os primeiros minutos mostraram um Vitória SC a procurar ter bola e a tentar condicionar a primeira fase de construção do Boavista FC. Isso traduziu-se em mais posse para a equipa da casa, ainda que não se tivesse materializado em oportunidades. Na verdade, a primeira aproximação de perigo surgiu na área contrária, quando o central Chidozie arrancou da defesa em direção ao meio-campo contrário e lançou Angel Gomes num contra-ataque rápido que terminou com um remate de Gustavo Sauer ao lado.

O equilíbrio era a nota dominante dos 15 minutos iniciais, mas o resultado não demoraria a pender para o lado dos visitantes. Canto batido pelo jovem inglês, desvio infeliz de Óscar Estupiñán ao primeiro poste e Ricardo Mangas a encostar ao segundo poste para colocar os “axadrezados” a vencer por 1-0, aos 17 minutos. Foi o terceiro golo do lateral-direito no campeonato.

A primeira oportunidade para a formação de Guimarães surgiu aos 26 minutos, quando Marcus Edwards, o outro jovem inglês em campo, conseguiu colocar Estupiñán isolado na cara de Léo Jardim, mas o avançado colombiano não conseguiu ultrapassar a mancha do guarda-redes brasileiro.

Na resposta, Ellis, ponta de lança do Boavista FC, chegou mesmo a fazer balançar as redes defendidas por Bruno Varela, no entanto, o lance foi anulado por fora de jogo prontamente confirmado pelo VAR. Logo de seguida, os visitantes repetiram a dose, com Angel Gomes a lançar de novo o hondurenho na profundidade, estratégia que se repetiu ao longo da partida. Desta vez em posição regular, a sua progressão foi travada por Bruno Varela, lesto a sair da baliza e a efetuar o corte.

Com o passar dos minutos, o domínio do Vitória SC intensificou-se e resultou em várias jogadas de perigo. Aos 32 minutos, nova arrancada individual de Marcus Edwards obrigou Léo Jardim a mais uma defesa apertada. Depois foi o capitão André André a tentar a sua sorte de meia distância, mas o remate saiu fraco.

O melhor momento da equipa da casa acabaria premiado com um grande golo de Rochinha. A pouco mais de cinco minutos do intervalo, e depois de um bom trabalho de André Almeida e Estupiñán, o extremo de 25 anos, que já passou pelo Boavista FC, fez um remate em arco indefensável, com a bola ainda a embater no poste antes de entrar.

1-1 era o resultado no final dos primeiros 45 minutos, num encontro até então bem disputado e com sinal mais para o Vitória SC que soube responder ao golo sofrido e instalou-se no meio-campo ofensivo.

Reviravolta justa frente a um Boavista curto

O arranque da primeira parte trouxe os mesmos condimentos da primeira: “conquistadores” com mais posse de bola e o Boavista FC a tentar aproveitar a técnica e visão de jogo de Angel Gomes, assim como a velocidade de Ellis para ataques rápidos. Contudo, as oportunidades demoraram a chegar.

Aos 59 minutos, uma combinação interessante entre Mensah e André Almeida colocou o médio em boa posição para o remate, mas Chidozie opôs-se com sucesso ao esforço do vimaranense. Pouco depois, o videoárbitro entrou em ação para sinalizar uma mão na bola de Ricardo Mangas dentro da área. André André assumiu a marcação da grande penalidade e fez o 2-1, naquele que foi o seu sexto golo na prova. Estava operada a reviravolta no marcador.

Em desvantagem, os “axadrezados” continuavam curtos no campo e com enormes dificuldades em chegar à área do Vitória SC, mesmo depois das entradas de Show, Hamache e Yusupha que pouco melhoraram a manobra ofensiva da equipa. Do outro lado, Estupiñán voltou a aparecer na cara de Léo Jardim, desta vez lançado por Rochinha, e tal como na primeira parte, o guardião voltou a negar o golo ao avançado de 24 anos.

A mesma história repetiu-se aos 82 minutos, com o colombiano a surgir novamente isolado na área do Boavista FC, mas a perder pela terceira vez o duelo com guarda-redes emprestado pelo Lille. Já com o estatuto de melhor em campo garantido, Léo Jardim voltou a ser chamado a intervir quando Rubén Lameiras arranjou espaço para aplicar o seu remate de pé esquerdo.

Depois de mais de 30 minutos sem rematar e já nos descontos, as “panteras” conseguiram finalmente colocar em sentido a defesa vimaranense, com um cabeceamento ao ferro por parte de Javi Garcia. Foi a última oportunidade dos “axadrezados” na partida, que ainda tentaram pressionar o Vitória SC nos minutos finais, mas sem sucesso. 2-1 foi o resultado final.

Com esta derrota, o Boavista FC permanece na zona de despromoção, com 18 pontos. Já o Vitória SC regressa às vitórias, mantém-se na sexta posição e chega aos 35 pontos.

“Estamos presentes”

No final do encontro, João Henriques realçou a importância da vitória para mostrar que a sua equipa está “presente” no campeonato “com muita ambição e muita vontade” e “para conquistar pontos em todas as partidas”. Salientou ainda o facto de a equipa não ter perdido o equilíbrio emocional após ter sofrido na primeira oportunidade que concedeu ao adversário e depois de uma boa entrada no jogo.

Para o técnico do Vitória SC, o “resultado peca por escasso” e o Boavista FC apenas se manteve na partida graças à exibição de Léo Jardim. Concluiu ao dizer que “é este o Vitória que quero em todas as partidas”.

“Vitória esteve melhor que nós”

Por sua vez, Jesualdo Ferreira reconheceu as falhas da equipa na saída a jogar, algo que considera ser indissociável das sucessivas faltas sofridas por Angel Gomes. Considerou também que a sua formação conseguiu controlar o jogo dentro da estratégia definida durante a primeira meia hora, mas que o controlo da partida se perdeu com o passar dos minutos. Ainda assim, o técnico “axadrezado” terminou a afirmar que o “Vitória ganhou bem” e “esteve melhor que nós”.

Na próxima jornada, o Boavista FC recebe o FC Famalicão, numa partida marcada para sábado, 6 de março, às 20h30. O Vitória SC só volta a jogar a 9 de março, dia em que visita o SC Braga para mais um dérbi do Minho.

Artigo editado por Filipa Silva