O Governo deu, esta quinta feira, luz verde à centralização dos direitos televisivos dos jogos da Primeira e Segunda ligas de futebol. O decreto-lei, que terá de ser também confirmado pela Autoridade da Concorrência, dita que nenhuma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) poderá negociar separadamente os direitos dos seus jogos em casa com as operadoras de televisão.

Em comunicado, o diploma do executivo reitera que esta decisão “acolhe de uma recomendação da Autoridade da Concorrência no sentido de promover a regulamentação do modelo de comercialização dos direitos de transmissão televisiva e multimédia dos conteúdos associados às competições profissionais de futebol”.

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, enalteceu a decisão do Governo e considerou este momento como “histórico”. Além de garantir que este processo vai de facto ter lugar e com o contributo estreito da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e dos clubes, Proença deixou uma palavra de agradecimento ao secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo. “Sem o seu empenho esta vitória não teria sido possível alcançar”.

Antes da implementação prática da medida, a Federação Portuguesa de Futebol e a LPFP terão de apresentar o modelo de negócio ao Governo até maio de 2026, altura em que termina a época desportiva desse ano. Ao JPN, Pedro Afonso, jornalista da ELEVEN Sports, mostrou-se bastante cético quanto à importância do dia de que Pedro Proença falou e diz que se trata de “uma decisão tardia”.

“Há poucas certezas quanto a isto, é pouco claro porque é que vamos deixar este acordo vigorar até 2028. Até lá, há clubes que estão mal agora e ainda vão ficar mais apertados financeiramente“, afirma o jornalista. Pedro Afonso aponta que é necessário “olhar para os bons exemplos lá de fora e perceber o que está a ser bem feito” para resolver os problemas estruturais do futebol português.

Artigo editado por João Malheiro