Varese deu palco a mais uma qualificação europeia para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021. O “double scull” composto pelo veterano atleta Pedro Fraga e o jovem Afonso Costa conseguiu, na passada quinta-feira, o segundo lugar na final A e o correspondente passaporte para os Jogos Olímpicos de Tóquio.
Os atletas portugueses já tinham garantido a presença na final da prova depois de conseguirem o primeiro lugar da primeira eliminatória com uma marca de 2.000 metros em 6:30.39. Na geral, ao fim de todas as eliminatórias, ficaram a saber que apenas tinham sido superados, por 3 segundos, pela dupla da seleção ucraniana.
À partida para a prova havia, por isso, otimismo e “confiança de que o objetivo principal seria alcançado”, contaram Afonso Costa e José Velhinho, treinador da seleção nacional portuguesa de remo, ao JPN, e foi isso mesmo que acabou por acontecer.
Afonso Costa afirmou que nunca duvidou que a meta da presença nos Jogos Olímpicos seria alcançada, porque “houve sempre confiança na equipa” e sabia-se que a oportunidade era esta. “Tínhamos que a agarrar”, comentou.
Foram 18 meses sem competições devido à paragem forçada pela pandemia e, segundo o jovem remador natural de Setúbal, “foram meses complicados, porque é esse fator da competição que alimenta um atleta”.
O remador, que completou a formação no Clube Naval Setubalense, recorda “os tempos de incerteza” que trouxeram com eles muitas “dificuldades para manter o foco e a motivação”. O treinador nacional vai de encontro ao que o jovem atleta disse sobre o período de paragem, mas acrescenta que “esta dupla tem uma motivação intrínseca” que fez com até mesmo esta dificuldade fosse ultrapassada.
Ver esta publicação no Instagram
Depois das participações da seleção lusitana na mesma categoria em Pequim 2008 e Londres 2012, Afonso Costa substituiu Nuno Mendes na embarcação olímpica e rema agora com Pedro Fraga.
Apesar da diferença de idades, o atleta mais jovem enaltece a “amizade que se criou com o tempo” e que “entrar para o lugar de um remador que tanto deu a Portugal” como era o caso do antigo voga do double, Nuno Mendes, nunca o assustou porque sempre teve conhecimento das suas capacidades e da sua evolução enquanto atleta. Ao JPN, José Velhinho mostrou-se contente com o resultado alcançado e “com o trabalho fantástico” que a dupla – junta desde 2018 – tem vindo a desenvolver.
Quanto ao objetivo para os Jogos, o atual voga – remador que segue na frente da embarcação – do double scull foi perentório: “O objetivo é melhorar o quinto lugar alcançado em Londres“.
José Velhinho preferiu uma abordagem mais cautelosa: “A verdadeira meta para os próximos dois meses e meio é tornar o barco mais rápido”, mas garantiu que esta dupla tem potencial “para um bom resultado” e ainda que “não vão oferecer lugares” a nenhuma dupla concorrente.
A prata em Varese trouxe muita satisfação à comunidade de remo portuguesa, no entanto, avizinha-se uma participação na Taça do Mundo de Lucerna, na Suíça, onde se vão encontrar com as melhores tripulações do mundo para discutirem a melhor posição final possível.
De recordar que, em Varese, para além de Portugal, se classificou ainda a Ucrânia. Estas duplas juntam-se assim ao lote de 11 doubles detentores do passaporte para a capital nipónica.
O destaque entre os já qualificados vai para a República da Irlanda com Fintan McCarthy e Paul O’Donovan e ainda para os alemães Jonathan Rommelmann e Jason Osborne, por serem duplas com excelentes resultados ao longo dos últimos anos nesta categoria.
Para além desta embarcação, Portugal esteve ainda em competição na categoria de skiff ligeiro com Dinis Costa a terminar em último da Final B, na cidade italiana de Varese.
Artigo editado por João Malheiro