Esta terça-feira (28), o Comité Olímpico Internacional (COI) recomendou a participação individual de atletas russos e bielorussos em competições internacionais. A decisão sobre a sua participação nos Jogos Olímpicos Paris2024 foi, no entanto, adiada.

A recomendação feita concede que os atletas compitam com estatuto de neutralidade em competições internacionais, mas sem a presença da equipa dos respetivos países, de atletas que apoiam a guerra ou membros das forças armadas e de segurança. O anúncio feito pelo presidente do comité, Thomas Bach, têm recebido diversas reações de líderes europeus – a maioria em protesto.

De acordo com o Jornal de Notícias (JN), o ministro ucraniano do Desporto, Vadym Gutzait, diz estar satisfeito com o compromisso de não decidir sobre a admissão de atletas da Rússia e Bielorrússia nos Jogos Olímpicos. “Conseguimos que a decisão sobre esta inclusão fosse adiada”, sublinhou numa publicação no Facebook.

O Comité Olímpico da Rússia considera a recomendação do Comité Olímpico Internacional uma “discriminação em função da nacionalidade”. Em conferência de imprensa, Stanislav Pozdniakov, presidente do comité russo, declarou que os “critérios anunciados para o regresso a competições internacionais são inaceitáveis“.

Na passada segunda-feira (27) foi emitido um comunicado conjunto da Polónia, Ucrânia, Lituânia, Letónia e Estónia, sobre não existir “uma única razão” para terminar o regime de exclusão de atletas russos e bielorussos. Após a recomendação de admissão sob bandeira neutra, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia classificou a data do seu anúncio como um “dia de vergonha”.

A ministra alemã do Desporto também reagiu à posição do COI, classificando-a como “uma bofetada aos atletas ucranianos“. Em comunicado, citado pelo JN, Nancy Faeser afirmou que “o desporto internacional deve condenar de forma clara e brutal a guerra de agressão lançada pela Rússia. Isso só pode fazer-se excluindo completamente os atletas russos e bielorussos”.

Não há qualquer razão para que a Rússia regresse ao desporto mundial“, acrescentou ainda a ministra alemã. E remata: “O exército russo mata, todos os dias, inúmeros ucranianos, entre os quais muitos atletas”.

Ainda assim, a decisão sobre o assunto fica pendente até chegar “o momento apropriado”, segundo Thomas Bach. Os Jogos Olímpicos Paris2024 vão decorrer para o ano, na capital francesa, entre 26 de julho e 11 de agosto.

Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira