Portugal e Bélgica mediram forças, este domingo, no Estádio de La Cartuja, em Sevilha, debaixo de altas temperaturas e com um relvado que cedo se revelou mais cansado que os jogadores. Apesar da superioridade dos lusitanos na segunda metade da partida, um excelente golo de Thorgan Hazard acabou por eliminar Portugal da competição, inviabilizando assim a defesa do título conquistado em 2016. Desta vez, e à semelhança do que aconteceu no Mundial da Rússia, Portugal ficou-se pelos oitavos de final.
No 11 inicial, Fernando Santos, selecionador português, optou por fazer duas mexidas, colocando João Palhinha e Diogo Dalot nos lugares, respetivamente, de Danilo Pereira e Nélson Semedo.
Já os belgas, que pouparam alguns jogadores frente à Finlândia, acabaram por mexer mais na formação que alinhou de início. Para este jogo, na defesa, Toby Alderweireld e Jan Vertonghen regressaram ao onze, a par de Thorgan Hazard, Youri Tielemans e Thomas Meunier, no meio-campo.
Equilíbrio foi a palavra de ordem
Os primeiros minutos espelharam como ia ser o encontro: um jogo repartido e amarrado no qual, como avisou Fernando Santos na antevisão ao encontro: “quem defender melhor, gerir bem a posse de bola e criar situações para finalizar, é quem ganha este jogo.”
A Bélgica superiorizou-se nos primeiros minutos e, embora não conseguisse chegar com perigo à baliza, tinha mais posse de bola. Portugal acabou por passar alguns minutos sem tocar na bola dados os passes certeiros do adversário, mas à chegada do minuto 20, Portugal mostrou que estava vivo no encontro e que passar aos quartos de final era o seu objetivo.
Nem uma mão cheia de remates tinha sido concretizada quando, ao minuto 24, surgiu a primeira grande oportunidade do jogo e foi de Portugal. Na cobrança de um livre, após mão na bola de Thomas Vermaelen num lance dividido com Diogo Jota, Cristiano Ronaldo assumiu a marcação, rematou forte e com o pé direito, mas Thibaut Courtois fez jus aos seus dois metros e não deixou a bola entrar.
Depois deste lance, os lusitanos assumiram o encontro e dominaram o meio-campo belga. No entanto, e apesar da superioridade, foram os “red devils” a chegar ao golo. Em cima do minuto 42, num lance que começou ainda na área belga, um passe em profundidade para Romelu Lukako, foi bem resolvido, num primeiro momento, pela defesa lusa. Mas a bola acabou por ressaltar em Raphael Guerreiro e chegar a Thomas Meunier que assistiu Thorgan Hazard. O irmão mais novo de Eden, num remate colocado e difícil para Rui Patrício, inaugurou o marcador.
As seleções foram para o intervalo com o marcador a assinalar a vantagem belga por 1-0.
Domínio português em Sevilha
No regresso dos balneários era necessário, para Portugal, que o jogo deixasse de ser tão defensivo, uma vez que a derrota colocaria a seleção fora do Europeu. E assim foi. Os lusitanos acabaram por subir as linhas, tornaram-se mais ofensivos e pressionantes e conseguiram criar perigo junto da área belga.
Ao minuto 57, num lance sobre o lado direto do ataque português, Bruno Fernandes – que entrou no jogo a par de João Félix para os lugares de Bernardo Silva e João Moutinho – colocou a bola em Cristiano Ronaldo. O capitão português tabelou com Diogo Dalot e assistiu Diogo Jota, mas o atacante do Liverpool, já em esforço, rematou por cima da baliza.
A segunda parte pautou-se por isto: Portugal dominante no ataque, enquanto a Bélgica, mais defensiva, aproveitava o erro português para sair em contra-ataque.
As investidas portuguesas eram bastantes e exemplo disso foram os remates conquistados em comparação com o adversário: 23 remates para Portugal contra seis belgas foram as estatísticas finais.
No entanto e apesar de ter disfrutado de três oportunidades nos 10 minutos finais, Portugal não conseguiu chegar ao golo.
Ao minuto 81, num canto cobrado por Bruno Fernandes, Rúben Dias foi superior nas alturas, mas o guardião belga voltou a intervir. No minuto que se seguiu e em mais um lance ofensivo, João Félix colocou a bola em CR7 que, com um toque de cabeça assistiu Guerreiro, mas no remate, desta vez, o poste disse “não” ao golo lusitano.
Por fim, e na última chance portuguesa, ao minuto 87, um cabeceamento de Ronaldo encontrou André Silva nas imediações da linha de golo, mas, na disputa de bola com Courtois, o guarda-redes do Real Madrid levou, de novo, a melhor.
Jogados os cinco minutos de tempo adicional, o resultado não se alterou o que significou a derrota de Portugal e consequente adeus ao Europeu. Com este resultado, Portugal dá por terminado o sonho da renovação do título de campeão europeu que conquistou em 2016.
A Bélgica segue em frente na prova e vai defrontar a Itália na sexta-feira (20h00, SportTv 1/RTP).
“Eles deram tudo”
No final do encontro, Fernando Santos demostrou a tristeza e desilusão vividas, mas salientou que os seus jogadores “deram tudo”. O selecionador de Portugal abordou as diferenças existentes nos remates à baliza, no entanto, não deixou de sublinhar que no futebol “há quem marca e quem não marca”. Este domingo, “infelizmente sofremos um golo e não conseguimos marcar”, afirmou o selecionador.
Roberto Martinez, selecionador da Bélgica, referiu a boa qualidade da formação portuguesa, sendo “uma equipa incrível e com muita experiência”. Apesar de, no seu ponto de vista, o jogo não ter sido tão bem conseguido para os belgas como nos jogos anteriores, o espanhol salientou que os seus jogadores conseguiram adaptar-se à forma de jogo portuguesa.
Artigo editado por Filipa Silva