Projeto "Artistas Douro" é dinamizado pela Mala Voadora e tem financiamento da Câmara do Porto. Candidaturas terminam a 31 de janeiro.

Os diretores artísticos da Mala Voadora, Jorge Andrade e José Capela. Foto: Miguel Marques Ribeiro

A Mala Voadora está a promover um concurso para a atribuição de cinco bolsas de criação artística, no valor de 4 mil euros cada. A companhia portuense recebe candidaturas até 31 de janeiro, desafiando artistas emergentes a apresentar projetos de carácter experimental.  A iniciativa pretende apoiar o lançamento de uma nova geração de artistas na cidade.

“Não é um concurso para fazer teatro no sentido convencional do termo”, esclarece José Capela, um dos diretores artísticos da Mala Voadora, ao JPN. O importante é que esteja enquadrado nas artes performativas. “Pode ser teatro ou pode ter uma componente mais musical, mais visual, mais próxima de um lado coreográfico”, acrescenta.

A condição para participar é residir no Porto ou, se esse não for o caso, ter atividade artística na cidade há pelo menos um ano.

Conforme indica o regulamento, pelo menos uma das bolsas será atribuída a um(a) jovem que tenha concluído estudos numa escola artística situada no Porto.

Residências artísticas têm lugar em Guimarães e Santiago do Cacém

A Câmara Municipal do Porto financia a iniciativa, enquanto A Oficina, do Centro Cultural Vila Flor, colabora no acolhimento de residências artísticas.

Embora se defina como uma “companhia de espetáculo, de criação”, explica José Capela, a Mala Voadora integra na sua “missão” o apoio a “artistas em início de carreira ou que têm um trabalho particularmente experimental e que não encaixa noutros sítios”.

Para além do valor monetário, a bolsa inclui assim duas semanas de residências artísticas que serão distribuídas pelo centro de residências de Campilhas, em Santiago de Cacém, também gerido pela Mala Voadora (dois projetos), e o Centro de Criação de Candosos, d’A Oficina (três projetos).

Os vencedores vão contar ainda com apoio técnico e de comunicação da companhia portuense, que tem um espaço no centro do Porto, com estúdios e salas de ensaios. “Podemos fazer algum acompanhamento se os artistas assim o entenderem”, diz Jorge Andrade, co-diretor artístico da Mala Voadora, e até convocar outros artistas “para que eles possam ter um retorno do seu trabalho”.

A quem quiser participar, a dupla de coordenadores do projeto sugere que “se sintam livres para fazerem as peças que quiserem”. A ideia “não é jogar pelo seguro”, esclarece Jorge Andrade, mas “aproveitar a circunstância para fazer algo que se tenha muita vontade de fazer”, sem “diretrizes específicas”.

Os interessados podem consultar o regulamento do concurso no sítio da Mala Voadora. Os resultados são conhecidos a 15 de fevereiro.

Artigo editado por Paulo Frias