Proposta para erradicar as substâncias perfluoroalquiladas (PFAS) foi feita por cinco países (Alemanha, Holanda, Dinamarca, Suécia e Noruega). Em causa estão químicos de decomposição lenta, que são nocivos para o meio ambiente e para a saúde humana.

A empresa Solvay é uma das muitas utilizadoras de PFAS, as chamadas substâncias químicas persistentes.  Foto: Jorge Franganillo/ Flickr

A União Europeia (UE) começou a avaliar, esta terça-feira (7), uma proposta para banir, de 2026 em diante, o uso de substâncias perfluoroalquiladas (PFAS), consideradas extremamente nocivas ao ambiente e à saúde humana.

As PFAS, também designadas “produtos químicos eternos”, são amplamente utilizadas em objetos que manuseamos no dia-a-dia, tais como embalagens alimentares, carros, têxteis, utensílios de cozinha antiaderentes, espumas de combate a incêndios, tintas, equipamentos médicos ou geradores eólicos. 

Segundo a Reuters, os cinco países que estão a colaborar nesta proposta (Alemanha, Holanda, Dinamarca, Suécia e Noruega, esta última como parte interessada, embora não pertença à UE), fizeram um comunicado conjunto, na terça-feira (7), no qual afirmam que, caso o projeto avance, este poderá ser uma das maiores proibições de substâncias químicas na Europa.

Os “produtos químicos eternos” são amplamente usados em objetos que manuseamos no quotidiano. Foto: Pixnio/ Public Domain

Estes países atestam, ainda, que a proibição das substâncias poderá, a longo prazo, diminuir consideravelmente a presença de PFAS no ambiente e tornar certos produtos mais seguros para os humanos.

Segundo o site oficial do Parlamento Europeu, estes “poluentes orgânicos persistentes são produtos químicos tóxicos” com uma decomposição lenta. Isto faz com que permaneçam “no ambiente por muito tempo” e se acumulem “na cadeia alimentar e nos organismos vivos. É por isso que também são conhecidos como «substâncias químicas eternas».”.

Estes materiais têm sido associadas não só à contaminação ambiental (da água e dos solos), mas também a vários problemas de saúde, como o cancro, o colesterol elevado ou o enfraquecimento do sistema imunitário. Segundo a agência Reuters e conforme a proposta da UE, estima-se que os custos anuais de saúde decorrentes da exposição a PFAS ronde os 52 mil milhões de euros.

O projeto prevê que, depois da proibição destas substâncias entrar em vigor, as empresas terão um período de tempo entre os 18 meses e os 12 anos para introduzir alternativas às mais de 10 mil PFAS visadas. Entre as inúmeras empresas fabricantes e utilizadoras dos “produtos químicos eternos” contam-se a BASF, a 3M, a Bayer, a Solvay e a Chemours. Os cinco países envolvidos alertam para o facto de ainda não haver alternativas para muitos dos químicos e pedem às empresas para começarem a estudar possíveis substitutos.

Artigo editado por Miguel Marques Ribeiro