Medidas de coação da Operação Pretoriano foram divulgadas ao final da tarde pelo tribunal. Juiz segue medidas de coação sugeridas pelo Ministério Público. Madureira e "Polaco" ficam em preventiva. Vitor Catão, em prisão domiciliária.

Fernando Madureira vai ficar em prisão preventiva na sequência da detenção de que foi alvo no âmbito da Operação Pretoriano. O juiz de instrução criminal decidiu seguir a sugestão do Ministério Público e aplicou a medida de coação mais gravosa ao líder da claque Super Dragões.

Também Hugo Carneiro, mais conhecido como “Polaco”, membro da claque, vai ficar detido. As medidas foram anunciadas pelo Tribunal de Instrução Criminal do Porto pelas 19h40 desta quarta-feira.

O juiz considerou que os arguidos estão “fortemente indiciados da prática de crimes” pelos quais foram acusados pelo Ministério Público. A saber: “ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo”, “coação agravada“, “instigação pública a um crime”, “arremesso de objeto ou produtos líquidos” e “atentado à liberdade de informação“. Do rol de crimes imputados pelo Ministério Público, só o de ameaça agravada parece ter caído nesta fase.

Por existir “perigo de perturbação do inquérito”, o tribunal decidiu que Madureira e “Polaco” ficam em preventiva e proibidos de contactar os restantes detidos ao abrigo da Operação Pretoriano. Abre-se uma exceção para “familiares diretos” – “mulher”, incluída – pelo que o líder dos Super Dragões não fica impedido de comunicar com Sandra Madureira, também detida no âmbito da operação.

Vitor Catão, antigo presidente do São Pedro da Cova e adepto do FC Porto, fica em prisão domiciliária com pulseira eletrónica.

Os restantes arguidos ficam proibidos de contactar entre si, sendo que seis deles – Sandra Madureira, Hugo Loureiro, Vítor “Aleixo”, Vítor Bruno Oliveira, Carlos “Jamaica”, José Pereira – ficam igualmente com termo de identidade e residência, e impedidos de aceder a qualquer recinto desportivo onde se realizem jogos do FC Porto ou ainda à sede dos Super Dragões.

Uma das advogadas que falou entretanto com os jornalistas à porta do TIC foi Cristina Carvalho, que tem Fernando Saúl, oficial de ligação do FC Porto à claque, como cliente. Questionada sobre se os esclarecimentos prestados pelo funcionário do FCP teriam estado na origem da medida de coação “ligeira” que recebeu – termo de identidade e residência – a causídico considerou que não se trata de uma medida ligeira, mas “do que é justo”.

O advogado de Fernando Madureira saiu  por volta das 21h00 do tribunal sem prestar declarações aos jornalistas.

Nas imediações do tribunal continua montado um dispositivo policial. Do outro lado da Rua de Camões, têm-se reunido populares e adeptos do FC Porto, alguns a entoarem cânticos de apoio a Fernando Madureira.

A Operação Pretoriano foi desencadeada a 31 de janeiro e levou à detenção de 12 pessoas – além da apreensão de dinheiro e automóveis – no âmbito de uma investigação aos incidentes que marcaram a Assembleia-Geral Extraordinária do FC Porto de 13 de novembro.

As inquirições no TIC do Porto arrancaram a 1 de fevereiro.

Com Filipa Silva

Artigo atualizado pela última vez às 21h07