Os primeiros testes à linha deverão ser realizados no primeiro trimestre de 2025. A nova linha da Metro do Porto vai contar com quatro estações. O JPN visitou a obra esta terça-feira.

As obras da Linha Rosa devem ficar finalizadas no final deste ano. A nova linha vai ter quatro estações subterrâneas: Boavista-Casa da Música, Galiza, Hospital de Santo António e Liberdade- São Bento e três quilómetros de comprimento.

Os primeiros testes à linha deverão ser realizados no primeiro trimestre de 2025. No entanto, o engenheiro Pedro Lé Costa explicou, em declarações ao JPN, que alguns fatores geológicos e geotécnicos podem ditar o incumprimento do prazo. “Podemos prever, mas não conseguimos controlar“, disse.

Os trabalhos no subsolo provocaram reclamações por parte de moradores, por causa, sobretudo, do ruído. O engenheiro afirma que a empresa tenta dar resposta, sem deixar ninguém “por atender”, e “mitigar o mais possível” os impactos das obras. Pedro Lé Costa disse ainda que os trabalhos estão a chegar a uma fase em que o pico dos impactos “já foi alcançado”, sendo possível restituir “a normalidade da superfície, mesmo que depois disso continuem a haver trabalhos no subsolo”.

Na obra da Linha Rosa, estão ao serviço 700 trabalhadores de mais de 20 nacionalidades.

O aumento da procura como fator decisivo

Pedro Lé Costa afirmou que a procura constante dos serviços foi um dos fatores que contribuiu para a criação de uma nova linha. “Por si só, já era um dos fatores que nos levava à necessidade de expandir a própria rede”, além desta ferrovia “servir uma zona da cidade do Porto, onde há muita procura e falta de oferta de serviço de transportes públicos“, explicou. Em 2023, a Metro do Porto bateu o recorde de utilização dos seus serviços.

O engenheiro espera que as linhas Rosa e Rubi ajudem “a reduzir bastante o fluxo de veículos a entrar na cidade do Porto”. Um outro objetivo associado à concessão da Linha Rosa, que vai ligar a Casa da Música a São Bento passa por “reduzir a pegada ecológica” da cidade do Porto ao “trazer as pessoas ao centro da cidade sem ter de trazer os veículos”.

A Metro prevê uma redução da emissão de CO2 em quase 1.500 toneladas e o crescimento na procura em 30 milhões de passageiros no primeiro ano de operações.

Tal como a Linha Amarela, a obra da Linha Rosa também foi financiada pelo programa Portugal 2030, pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PEOSEUR) e pelo Fundo de Resolução da União Europeia.  Nesta obra, foram investidos 243,5 milhões de euros.

A nova Linha Rosa tinha sido anunciada em fevereiro de 2017 e o início dos trabalhos estava previsto para 2019, com a duração de dois anos e meio. Mas só em 2021 é que as obras arrancaram.

Editado por Filipa Silva e Inês Pinto Pereira