Arrancou esta sexta-feira no Palácio de Cristal, no Porto, a primeira edição do Festival Europeu do Pão em terras portuguesas. Padeiros de Portugal, Espanha, França, Itália, Irlanda, Suíça, Eslovénia, Holanda e Luxemburgo dão a conhecer, até domingo, como se faz pão de uma forma artística. No recinto, o visitante terá oportunidade de degustar este alimento, feito das mais diversas formas e por todo o velho continente, com engenho e arte.
Uma das responsáveis pela exposição, Olga Sousa, membro da Associação dos Industriais de Panificação, Pastelaria e Similares do Norte (AIPAN), fez um balanço bastante positivo no arranque do festival. São esperados muitos visitantes do Grande Porto.
Para Olga Cardoso, o evento é uma boa oportunidade para devolver ao pão o lugar de destaque que já teve nas ementas de todo o mundo.
Esta sexta-feira, dia de inauguração da exposição, o recinto encheu. No centro do Pavilhão Rosa Mota está disposta uma colecção de figuras feitas com pão, representando monumentos da Europa. Paira um delicioso odor a pão acabado de cozer. O Museu do Pão disponibilizou um Atelier do Pão, em que as crianças presentes puderam, supervisionadas por técnicos, moldar uma “lembrança” da sua visita ao Festival.
Os mais pequenos são os protagonistas do primeiro dia. Entre as actividades, esteve um “workshop” pensado para eles acerca da importância do pão no pequeno-almoço, com esclarecimentos da nutricionista Aline Maia, não antes de terem experienciado uma visita a toda a mostra consagrada ao pão, acompanhados por Olga Sousa, da AIPAN. Através de exposições, workshops e conferências vão ser explicadas, ao longo dos três dias, qualidades do pão e desmistificadas algumas ideias erróneas acerca deste alimento.
Para Carlos Monteiro, do Centro Formação Profissional do Sector Alimentar (CFPSA), fazer pão é “uma ciência”. Tal como revelou ao JPN, há que dar a conhecer este alimento aos mais novos, não por obrigação, mas cultivando-lhes a curiosidade e o gosto pelo mesmo. “O pão é para saborear, e a melhor forma de por as crianças a consumi-lo é dando-lhes a provar”.
Paulo Cardoso, representante da Associação Portuguesa da Indústria de Moagem e Massas (APIM), refere que começou a haver progressivamente “outro tipo de alimentação”, como os bolos, que destronou o pão do lugar primordial que ocupava. Trazer as crianças ao festival é, para Paulo Cardoso, importante, pois “estamos a falar de pão e não das guloseimas que estão habituadas a comer”.
Pão é saudável
Para Aline Maia, a “moda” de retirar o pão de uma alimentação erradamente tida como saudável tem conduzido à obesidade, que a nutricionista considera “uma epidemia”. Para a nutricionista, o facto de o festival arrancar com uma forte presença infantil contribui como “estímulo” para recordarem as virtudes do pão e até “como incentivo dos mais velhos”.
O dia de sábado vai ter como tema de fundo “Pão, um alimento à prova do tempo”. Estão previstos mais “workshops” relacionados com a forma mais salutar de consumir pão, tendo em atenção o sal, não esquecendo as variedades infindáveis que existem. A tarde está consagrada à segurança em locais de trabalho em que se produz pão, bem como a aplicação deste alimento à saúde, já que algumas doenças podem contar com ele como aliado na cura.
Para domingo, dia em que se encerra o certame, está agendado o painel “Uma arte com qualidade”, em que serão abordados assuntos como a profissão de padeiro.