Já terminou a 32ª. edição do Festival Internacional de Cinema do Porto.
Foi perante um espaço lotado que ontem, sábado, César Nobrega, um dos porta-vozes do Fantas, foi anunciando os vencedores da edição deste ano. Juan Martinez Moreno foi o primeiro a subir ao palco, pelo “Prémio da Crítica”, por “Lobos de Arga”. Presentes, estiveram também Kike Maíllo (“Eva”), Christophe van Rompaey (“Lena”), Artur Serra Araújo (“A Moral Conjugal”), Peter Szewczyk (“ColourBleed”), Tim Fehlbaum (“Hell”) e Alex Boden (“The Holding”).
Depois da condecoração dos vencedores, são entregues os “Prémios Carreira”. O primeiro a ser homenageado foi António Pedro Vasconcelos. O cineasta disse estar comovido com o prémio, um incentivo para realizar mais alguns filmes. Vasconcelos teceu duras críticas ao sistema de cinema português que combate há largos anos. “Um sistema onde o Estado decide os filmes que os portugueses têm direito de ver”, acusa o cineasta.
O segundo homenageado da noite já havia estado na exibição de “Get Carter”, na noite anterior. Mike Hodges recebeu o prémio pelas mãos de Mário Dorminsky, diretor do festival. O norte-americano britânico agradeceu a todos os presentes pela honra de receber a estatueta que tinha em mãos.
Por fim, Dorminsky, acompanhado por Beatriz Pacheco Pereira e António Reis, falou ao auditório. Salientou o gosto que tem em organizar um festival como o Fantasporto e homenageou o público portuense, “suporte principal nestes trinta e dois anos”. Apesar desta ter sido a maior edição, Dorminsky critica as assimetrias regionais, que podem dificultar a realização do Fantas no próximo ano. “O Fantasporto existe enquanto quiserem que o façamos”, avisa o diretor.
O festival termina este domingo com a exibição dos filmes premiados.
“This Must Be The Place” fecha festival com qualidade
“This Must Be The Place“, de Paolo Sorrentino, foi filme escolhido para a cerimónia de encerramento do 32.º Fantasporto.
Sean Penn enverga a pele de Cheyenne, uma estrela do rock reformada que descobre que o seu pai está a morrer. Quando este falece, Cheyenne procura mais informações sobre a sua própria família e descobre que o pai foi torturado durante a II Guerra Mundial. O protagonista decide então procurar o homem responsável pela tortura, enveredando numa jornada pelos EUA.
Uma história interessante, bem construída, junta-se a um trabalho de fotografia e edição de grande qualidade. Sean Penn volta a carregar o filme com uma grande atuação, por meio de uma personagem que cativou o público e o levou às gargalhadas com os seus maneirismos e situações cómicas ao longo do filme. Por outro lado, Cheyenne esconde um sofrimento interior, que afeta a sua vida e a maneira como se relaciona com os demais.