Depois da conquista inédita para o piloto e para Portugal do título de campeão da Fórmula E, António Félix da Costa entra esta sexta-feira em ação com o objetivo claro de defender o seu lugar no topo da competição dedicada a monologares elétricos.

Durante os próximos dois dias, em jornada dupla, a cidade de Diriyah, Arábia Saudita, será o palco para a abertura da temporada 2020-21 da Fórmula E, um local de boa memória para Félix da Costa, que já ali venceu em 2018, na etapa de abertura da temporada 2018-19.

Em declarações à Agência Lusa, o piloto natural de Cascais afirma que é “o alvo a abater por todos os adversários”. “Será um ano ultracompetitivo, todas as equipas trabalharam muito e evoluíram muito os carros, mas nós também o fizemos e queremos muito manter o nível de 2020”, revela António Félix da Costa.

2021 terá o primeiro “Campeão do Mundo de Fórmula E”

Levar o número 1” na frente do carro “é uma grande responsabilidade”, disse António Félix da Costa à Agência Lusa. É o número que representa o vencedor da temporada transata e “torna-me no alvo a abater”. Para Félix da Costa, o objetivo dos próximos “cinco/dez anos” passa por “bater recordes” e deixar o seu nome “na história da Fórmula E“.

O ano de 2021 é um ano já histórico para a Fórmula E, que terá pela primeira vez, um Campeonato creditado pela Federation Internationale de l´Automobile (FIA) como Campeonato do Mundo, juntando-se assim a competições como Fórmula 1, WRC e Campeonato do Mundo de Resistência, este último conquistado, o ano passado, pelo piloto português Filipe Albuquerque, em parceria com a United AutoSports na categoria LMP2, onde António Félix da Costa também competiu, juntamente com a Jota Sport e terminou na segunda posição.

Num campeonato ainda com muito por definir, o alinhamento de equipas e pilotos são semelhantes ao da temporada passada, com poucas trocas nos monolugares e com equipas como a Nissan e a Mercedes a apresentarem-se como as potencias rivais da DS Techeetah.

Equipas e Pilotos

  • DS Techeetah / (DS E-Tense FE20) – António Félix da Costa (Portugal); Jean-Éric Vergne (França)
  • Mercedes-EQ Formula E Team / (Mercedes-EQ Silver Arrow 02) – Stoffel Vandoorne (Bélgica); Nyck de Vries (Holanda)
  • Nissan e.dams / (Nissan IM02) – Olivier Rowland (Reino Unido); Sébastien Buemi (Suiça)
  • Envision Virgin Racing / (Audi e-tron FE07) – Robin Frijns (Holanda); Nick Cassidy (Nova Zelândia)
  • Dragon/Penske Autosport / (Penske EV-5) – Nico Muller (Suiça); Sérgio Sette Câmara (Brasil)
  • NIO 333 FE Team / (NIO 333 001) – Oliver Turvey (Reino Unido); Tom Blomqvist (Reino Unido)
  • Jaguar Racing / (Jaguar I-Type 5) – Sam Bird (Reino Unido); Mitch Evans (Nova Zelândia)
  • Audi Sport ABT Schaeffler / (Audi e-tron FE07) – Lucas di Grassi (Brasil); René Rast (Alemanha)
  • BMW i Andretti Motorsport / (BMW iFE.21) – Jake Dennis (Reino Unido); Maximilian Gunther (Alemanha)
  • Mahindra Racing / (Mahindra M7 Electro) – Alexander Sims (Reino Unido); Alex Lynn (Reino Unido)
  • Tag Heuer Porsche Formula E Team / (Porsche 99X Electric) – André Lotterer (Alemanha); Pascal Wehrlein (Alemanha)
  • ROKiT Venturi Racing / (Mercedes-EQ Silver Arrow 02) – Edoardo Mortara (Suiça); Norman Nato (França)

Relativamente ao calendário 2020-21, ainda muito existe para verificar. A situação pandémica à escala mundial volta a colocar alguns entraves logísticos e ainda existem muitas provas por confirmar. No entanto, e sempre tendo em conta potenciais cancelamentos devido à COVID-19, o calendário provisório da Fórmula E para 2021 contempla provas habituais na competição, assim como a estreia do Circuito Ricardo Tormo, em Valência.

Calendário Provisório:

  • 26 fevereiro – Diriyah, Arábia Saudita
  • 27 fevereiro – Diriyah, Arábia Saudita
  • 10 abril – Roma, Itália
  • 24 abril – Valência, Espanha
  • 8 maio – Mónaco, Mónaco
  • 22 maio – Marraquexe, Marrocos
  • 5 junho – Santiago, Chile
  • 6 junho – Santiago, Chile

A prova de Diriyah será a primeira na história da Fórmula E a ser realizada à noite, um momento também marcante para a evolução de uma variante do automoblismo ainda muito recente e ainda com muita história para contar.

Nos treinos livres de quinta-feira, António Félix da Costa fez a oitava melhor marca (1´09,552´´), numa sessão dominada pelo piloto holândes da Mercedes Nick de Vries (1´08,693´´).

O “conto de fadas” em 2020

Presente em todas as edições da Fórmula E, competição que teve o seu início em 2014, Félix da Costa mudou de equipa na temporada de 2019-20. Depois de cinco temporadas com apenas duas vitórias, o piloto português terminou a sua ligação com a marca alemã BMW após o término do calendário de 2018-19 e juntou-se à equipa chinesa DS Techeetah, que foi durante as duas temporadas anteriores a grande dominadora da modalidade, fazendo parceria com o bicampeão em título Jean-Éric Vergne.

Com todas as condicionantes relacionadas com a COVID-19, grande parte do calendário teve de ser alterado, com imensas corridas a serem adiadas e com muita incerteza sobre a conclusão do campeonato. As primeiras cinco corridas (duas na Arábia Saudita, Chile, México e Marrocos) ocorreram até ao dia 29 de fevereiro, mantendo o calendário originalmente planeado pela organização.

Apesar de um início difícil nas duas primeiras corridas da temporada em Diriyah, Arábia Saudita (14ºlugar e 10º lugar), António Félix da Costa adaptou-se rapidamente ao novo monolugar e não saiu do pódio nas três restantes corridas, obtendo o segundo lugar no Chile e no México, para depois conquistar a terceira vitória da sua carreira na Fórmula E em Marraquexe, Marrocos.

No dia 13 de março de 2020, a Fórmula E e a FIA anunciaram a suspensão provisória da temporada 2019-20 e ao cancelamento de diversos ePrix. Países como China, Itália, França, ficaram impossibilitados de receber a Fórmula E e a possibilidade do campeonato não se concluir estava em cima da mesa.

Após meses de paragem, foi dada luz verde para a conclusão do campeonato. Seis corridas num espaço de nove dias (5 a 13 de agosto 2020), no mesmo local. Berlim foi a cidade escolhida para receber a “bolha” da Fórmula E.

Nas primeiras duas corridas, Félix da Costa regressou de forma “eletrizante”, acumulando mais duas vitórias para o seu pecúlio e a quatro corridas para o término da competição, o sonho do título estava perto de se tornar realidade para o piloto português.

Foi no dia 9 de agosto de 2020 que António Félix da Costa escreveu o seu nome na história do automobilismo ao garantir o título na antepenúltima corrida da Temporada, no Aeroporto Tempelhof de Berlim.

António Félix da Costa a celebrar com a equipa o Campeonato de Pilotos e de Construtores Foto: António Félix da Costa/Facebook

Depois da conquista histórica, Félix da Costa não escondia a sua felicidade. Num vídeo divulgado pela assessoria de imprensa do piloto, o recém-campeão agradeceu “todo o apoio” ao longo destes anos. “Somos um país pequeno, mas cheio de talento.”, disse António Félix da Costa, visivelmente satisfeito com o primeiro grande título da sua já ilustre carreira.

A defesa do seu título da Fórmula E começa hoje em Diriyah, Arábia Saudita, pelas 17 horas, com a Corrida 1 da Temporada 7 (2020-21) da Fórmula E .

Artigo editado por Filipa Silva