Álvaro Almeida, deputado social-democrata na Assembleia da República, avançou, em conferência de imprensa, esta segunda-feira, que os deputados do PSD, do distrito do Porto, estão preocupados com a situação do Porto de Leixões e que o partido vai questionar o Governo “para perceber qual é a duração efetiva das obras” na ponte móvel que liga Leça da Palmeira e Matosinhos. O social-democrata pretende ainda perceber “quando é que há uma solução que resolva o problema dos matosinhenses”. O partido exige ainda que uma solução seja “implementada sem por em causa aqueles que são os interesses da população local“.

Desde o dia 30 de março que a ponte móvel que liga as margens de Leça da Palmeira e Matosinhos está encerrada devido a uma avaria. A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viada do Castelo (APDL), anunciou a semana passada que a ponte vai manter-se encerrada por mais três semanas, para manutenção.  Em declarações à imprensa, o líder do PSD de Matosinhos, Bruno Pereira, avança que esta situação “é altamente prejudicial para a população de Matosinhos” e com “consequências a nível de mobilidade e questões sociais e económicas“.

O deputado parlamentar exige ainda “transparência” à  administração portuária e que a direção diga “exatamente qual é o problema e quando é que a solução será encontrada” para a mobilidade da população.

Numa deslocação à ponte em questão, Álvaro Almeida afirmou que a APDL conhece a situação atual da ponte e “não devia ter dito que o encerramento era de só por um mês“, salientando a necessidade de soluções alternativas mais duradouras e “não remédios que vão adiando” o problema. Para o professor universitário, existem muitas dúvidas nas soluções e impactos que a APDL encontrou para o Porto de Leixões e referiu que o PSD faria “uma gestão totalmente diferente”.

É preciso uma solução que permita fazer a travessia para Leça sem necessariamente ter que recorrer à A28“, rematou.

Bruno Pereira acusa a APDL de estar a “prejudicar o dia a dia dos matosinhenses e a colocar as pessoas de Matosinhos perante constrangimentos muito graves, nomeadamente a nível de mobilidade e trânsito caótico e o governo nada faz”. O líder matosinhense do PSD recordou os investimentos para pontes sobre o rio Douro, novas linhas de metro. No entanto, segundo o social-democrata, para Matosinhos não houve “nem uma palavra, nem um único euro de investimento para resolver este problema que é a ponte móvel, a qual está encerrada vai fazer quase dois meses”.

A ponte móvel está em manutenção para a troca do do cilindro do lado norte nascente e da rótula sul nascente. Durante os teste finais, no final do mês de abril, “foi detetada uma anomalia no cilindro norte poente, que obrigará à substituição de uma das suas rótulas”, lê-se no comunicado da administração, o que obrigou a adiar a reabertura da ponte.

Com o encerramento da travessia, as deslocações entre Leça da Palmeira e Matosinhos estão asseguradas por transportes da APDL, 24 horas por dia, de acordo com a organização. Do lado de Leça, a paragem situa-se por baixo da ponte e, em Matosinhos, junto à paragem da Maré de Matosinhos.

A ponte foi inaugurada em 2007 e, desde então, já sofreu diversas obras de manutenção (2013, 2018, 2019 e 2020), devido às sistemáticas avarias das rótulas principais dos tabuleiros.

Artigo editado por João Malheiro