O comboio de alta velocidade vai passar por Vila Nova de Gaia. Ao contrário do projeto de 2009, que previa a deslocação dos gaienses até Campanhã ou Aveiro para apanhar o TGV, o novo projeto inclui uma estação intermodal localizada em Santo Ovídio. Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia (CMG), confirmou que o TGV vai transformar a zona, já servida pelo metro e por autocarros, “numa grande central distribuidora” de transporte público.
No seguimento da Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia, decorrida na segunda-feira (7), o autarca adiantou que a fase de conversações com a Infraestruturas de Portugal (IP), dona da obra, chegou ao fim ainda em 2021, tornando-se pública numa altura em que estão a ser discutidas as interfaces.
Segundo referiu o presidente da Câmara, esta infraestrutura é “absolutamente decisiva” para o município e referiu ser “fundamental” a presença de uma estação em Gaia, já que é um concelho que ombreia com Campanhã, no Porto, em termos de afluência de passageiros: a partida e chegada da linha que, para já, liga o Porto a Soure (Coimbra) – e posteriormente a Lisboa – será a estação de Campanhã, que recebe mais uma linha.
No projeto inicial, Aveiro seria a primeira paragem do TGV depois do Porto, uma decisão que Eduardo Vítor Rodrigues contra-argumentou. “Aquilo que me competiu foi, durante este tempo, provar que fazia todo sentido uma dupla paragem neste contexto. A travessia não é paralela ao mar, é uma linha totalmente nova, mas é uma linha que desvia o TGV da orla marítima onde ele neste momento circula, em Espinho e Gaia, para o interior do concelho”, clarificou.
Outro dos argumentos que sustentou a decisão para a estação de Santo Ovídio prendeu-se com a velocidade, já que entre Campanhã e Gaia “[o TGV] não ganha velocidade nenhuma. Desloca-se à velocidade normal porque faz uma travessia de ponte”. O autarca acrescenta ainda que “parar em Gaia foi tecnicamente plausível”.
O vereador do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto (CMP), Pedro Baganha, revelou na semana passada que a linha de alta velocidade deverá passar numa ponte “paralela” e “gémea” à de São João.
A obra, ainda sem projeto definido, surge devido ao “reconhecimento de que a Ponte de S. João não chega para o incremento desse transporte, o que vai obrigar a uma ponte paralela”, explicou o vereador à margem da reunião do executivo da Câmara do Porto. Segundo o executivo, a linha pode estender-se também até ao aeroporto.
Artigo editado por Filipa Silva.