Na sequência da invasão da Ucrânia por parte da Rússia, a União Europeia decidiu proibir aviões russos de sobrevoar o espaço aéreo europeu. A sanção deve afetar de forma reduzida o tráfego aéreo, confirmam a Autoridade Nacional de Aviação Civil e um piloto ao JPN.
Aviões russos foram recentemente impedidos de sobrevoar território europeu por decisão da União Europeia, na sequência dos ataques à Ucrânia. Segundo a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), “não se espera que [a sanção] afete a prestação de serviços de controlo de tráfego aéreo nem as operações aéreas das aeronaves” não-russas.
No que toca ao espaço aéreo português, a sanção que visa a aviação russa deve ter “impacto reduzido”. Não são, assim, esperados problemas para a aviação não-russa e para o trabalho dos pilotos. Ao JPN, um piloto com vários anos de experiência, que pediu para não ser identificado, antevê, contudo, que quem viaje para o continente asiático ou territórios próximos do conflito possa sofrer alguns constrangimentos por alteração de rotas.
Em declarações ao JPN, o piloto da aviação civil considera não haver quaisquer implicações do ponto de vista técnico. A grande maioria das companhias aéreas europeias tem um mercado diversificado para fazer face a quaisquer consequências da proibição, considera o piloto. Mesmo os voos que sobrevoavam as regiões em conflito são bastante reduzidos em comparação com os restantes. Por isso, o encerramento do espaço aéreo ucraniano a voos civis também não apresenta problemas de maior. Há também limitações parciais na navegação aérea sobre as vizinhas Moldávia e Bielorrússia.
Todos esses voos devem ter as suas rotas alteradas, em decisões coordenadas com o EUROCONTROL Network Manager. Assim, apesar da limitação do espaço aéreo, não se prevê um aumento significativo do tráfego em certas regiões, como as partes Ocidental e Central da Europa. É função da Rede Europeia de Gestão de Tráfego Aéreo “identificar rotas alternativas para evitar ou aliviar zonas congestionadas”, diz a ANAC.
Entretanto, a TAP confirmou à CNN Portugal que “as rotas asiáticas não passam pela área debaixo de conflito”. Não são efetuados também quaisquer voos para Moscovo desde o início da pandemia. Relativamente à Ucrânia, a companhia área não voa para o país, razão pela qual o conflito não terá impacto.
O fecho do espaço aéreo europeu à aviação russa surge no âmbito do mais amplo e forte conjunto de sanções contra o país até agora. Já antes, nações como Portugal tinham avançado com a mesma proibição a título individual, em resposta aos ataques militares russos em território ucraniano. Da parte da Rússia, foram também já impostas proibições de voos provenientes de 36 países, incluindo de Portugal.
Artigo editado por Filipa Silva