No Dia Internacional da Mulher, as histórias daquelas que desafiam os padrões e vencem em áreas dominadas tradicionalmente por homens. Oito histórias distintas, oito perspetivas sobre o que é ser mulher num campo onde são a minoria.

Em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu que o dia 8 de março seria um dia para se recordarem as conquistas políticas e sociais das mulheres ao longo dos tempos. A igualdade entre homens e mulheres, rapazes e raparigas, meninos e meninas ainda não existe, mas para lá caminhamos, tal como mostram e contam as histórias de Patrícia Vassallo, Ana Gil, Maria José Neto, Marlene Sá, Cecília Abreu, Marisa Gamboa, Manuela Brandão e Mafalda Lemos.

A presença de mulheres no mercado de trabalho cresceu: em 1993, 59% das mulheres estavam neste mercado; em 2020, o peso é de 72%, segundo dados estatísticos publicados pela base de dados Pordata.

Em Portugal, existem profissões que permanecem tendencialmente masculinas, ainda que Ana Gil nos conte que “nós damos o género ao trabalho, o trabalho não tem género”. Para a mulher, que se dedica à construção desde os 25 anos, “não há razão nenhuma para os homens não serem educadores de infância ou as mulheres não serem mecânicas”.

Ana Gil, construtora. A história da mulher que pôs mãos à obra

Ana Gil.

Ana Gil, natural da Ericeira, era assistente social, mas as circunstâncias familiares fizeram-na abdicar do seu trabalho para se dedicar à construção e manutenção de casas. O gosto pela construção começou muito cedo; hoje, trabalha por conta própria na área que escolheu.

“Há uns tempos estive a fazer uma obra com o meu irmão, fomos os dois ao estaleiro buscar o material e às vezes as pessoas falam diretamente para ele, ignoram-me, ainda que seja eu quem está a falar e a pedir o material, quase como se fosse ele o responsável pela obra”, conta. Ana diz que vê a sua autoridade ser questionada por ser mulher e é recorrente sentir que tem de se esforçar mais do que um homem na mesma função para que veja o seu trabalho ser reconhecido: “já sei que vão dizer que é por eu ser mulher, se alguma coisa não correr bem”.

Para Ana Gil, as minorias “carregam sempre o peso de minoria às costas”. Ana acredita que todo o estigma em volta da máxima “profissões têm géneros” é uma herança pesada daquilo que crescemos a ouvir: “O trabalho das obras e da construção só é atribuído aos homens porque nós assim nos habituamos, tal como o trabalho do cuidado das crianças e dos idosos é atribuído às mulheres porque nós assim nos habituamos.”

Ana defende que “não há razão nenhuma para os homens não serem educadores de infância e as mulheres não serem mecânicas”. Conta que já foi questionada várias vezes acerca da sua escolha profissional, pergunta à qual responde sempre com uma só questão “porque não?”.

Patrícia Vassallo, eletricista. “Quando ia trabalhar com um colega, achavam que eu era a mulher do eletricista”

Patrícia Vassallo tinha 29 anos quando tomou a decisão que viria a dar rumo à sua vida: tornou-se eletricista. “Quando fiquei desempregada pensei: é agora que vou tirar o curso de eletricista”, conta ao JPN.

Patrícia Vassallo.

Desde a altura em que andava na escola, sentia que era “muito prática e pouco teórica”. Os números davam-lhe um certo gosto, mas as letras só dores de cabeça. Assim, as áreas da matemática e das línguas nunca foram uma opção para o futuro profissional. No momento da decisão, optou por um curso técnico-profissional em produção audiovisual e, se não tinha a certeza, assim que começou a “mexer nas máquinas” todas as dúvidas se dissiparam e “tudo fez mais sentido”.

Depois de uma aventura de vários anos pelo mundo da produção, uma situação de desemprego trouxe outros planos à vida de Patrícia. Inscreveu-se num curso de eletricista da Escola de Tecnologias, Inovação e Criação (ETIC). De entre as 50 pessoas a concorrer, apenas três eram mulheres.

A aventura começou no momento em que foi selecionada. Tinha aptidão e vontade de aprender, mas nem tudo foi fácil. Desde cedo, Patrícia sentiu o preconceito e o peso da desigualdade de género na profissão. “Os professores eram muito disponíveis para me ensinar, mas era um tratamento diferente, eu era vista como a menina”, refere.

No fim do curso, fez um estágio juntamente com um colega que, ao contrário de Patrícia, foi convidado a ficar. “O meu chefe disse mesmo que não me queria contratar por eu ser mulher”, desabafa, referindo que, já no mercado de trabalho, a questão de género insistiu em persegui-la: “os meus colegas homens receberam logo propostas de trabalho, e eu não”.

“Quando ia trabalhar com um colega, achavam que eu era a mulher do eletricista que estava a ajudar nesse dia. Nunca tive o papel de ‘eu sou a eletricista e a pessoa da obra’”. Mesmo depois de obter a certificação, Patrícia não conseguiu arranjar emprego; por isso, decide trabalhar por conta própria. Criou uma página no Facebook – hoje tem também uma no Instagram -, onde colocava fotos dos trabalhos que fazia, e onde começou a obter um feedback positivo. “As pessoas ficavam admiradas, mas gostavam e até me voltavam a contratar para outros trabalhos”, lembra.

 

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O trabalho começou a acumular e Patrícia teve de subcontratar colegas pedreiros e canalizadores, mas, com o tempo e com a “veia de produtora”, aprendeu a produzir de forma independente esses trabalhos.

Patrícia conta que procurava ter a experiência de “trabalhar numa empresa”, e por isso, candidatou-se a uma vaga de emprego numa empresa subcontratada para a Carris – Companhia Carris de Ferro de Lisboa, onde entrou para o departamento de manutenção e lá permaneceu por um ano. “Foi uma experiência muito agressiva, tive de lidar com situações muito complicadas e vários problemas”, conta Patrícia Vassallo.

A integração, lembra Patrícia, não foi um desafio fácil. “Diziam-me: ‘é o que dá pôr mulheres a fazer este trabalho’”. Os comentários dos colegas e chefes de equipa sempre foram uma pedra no sapato e digerir tudo “foi muito difícil”, o que acabou por afetar a sua saúde mental.

“Quando o meu chefe não conseguia lidar com os meus colegas homens, usava-me a mim para lhes dizer o que tínhamos que fazer. Porque é mais fácil dar ordens a uma mulher”, diz.

Patrícia Vassallo encontrou nos obstáculos que foi obrigada a enfrentar a força para lutar pelos direitos das mulheres. O seu percurso profissional levou-a até ao ativismo, e criou o movimento Por Todas Nós. “Alguém tem de dar o primeiro passo. As mulheres têm de se empoderar e empoderar as outras”, salienta.

Hoje, tanto organiza e participa em manifestações, como trabalha nas obras. Foi desafiada por uma amiga, Ana Gil (a construtora referida acima), a trabalharem juntas e as duas têm um projeto de manutenção e construção civil: “É muito gratificante trabalhar com outra mulher, sinto-me muito mais confiante”, diz.

Manuela Brandão, chefe de cozinha. Atrás do balcão, à frente da cozinha

Tem 55 anos, e há 28 que é chefe de cozinha. É a mais velha de oito irmãos, e desde cedo foi habituada a cozinhar com a mãe. Deixou Trás-os-Montes e rumou a Lisboa sem saber o que a esperava, sem saber que ia fazer da cozinha a sua vida. Esta é Manuela Brandão, chefe de cozinha do restaurante Pap’Açorda, em Lisboa, desde os 27 anos.

A sua tia passava roupa para um restaurante que tinha acabado de abrir, o Pap’Açorda, onde Manuela começou por lavar a loiça. “A minha tia sempre disse que eu tinha jeito para a cozinha e às vezes mandava-me fazer algumas coisas”. Foi assim que tudo começou.

“Uma vez o cozinheiro teve um problema e não conseguiu vir. Queriam fechar o restaurante porque não havia ninguém que cozinhasse”, mas Manuela prontificou-se e disse que “conseguia fazer o mesmo que o chefe. Ficaram admirados e deram-me essa oportunidade”, que logo foi aproveitada com sucesso. Manuela desabafa que “foi um desafio”, onde foi “aprendendo cada vez mais”.

O caminho nem sempre foi fácil. Manuela conta ao JPN que acredita que “chefes homens que começaram ao mesmo tempo que eu, atingiram reconhecimento mais cedo, mas eu trabalhei igual”. Remata o pensamento: “não sinto que tenha que dar mais de mim para provar que tenho talento”.

Para a chefe do Pap’Açorda, as mulheres carregam uma “pesada” herança daquilo que foi o passado, onde “as mulheres tinham uma capacidade enorme, só que eram no fundo um bocadinho proibidas de trabalhar, porque tinham de cuidar da casa, dos filhos e do marido e o homem é que tinha de trabalhar”.

Manuela Brandão.

Manuela não seguiu aquilo que se esperava que fosse o seu caminho, teve a hipótese de sair “da terra”, da alçada dos seus pais, e “vir lutar por uma coisa que não tinha bem a certeza se era o que queria”, mas que acabou “por adorar”. Para a chefe de cozinha, esta decisão foi fundamental no seu percurso e acredita que as oportunidades surgem a quem as quiser agarrar, “não se trata só” de uma questão de género.

Apontados, esses sim, como uma questão de género pela chefe estão os fatores que explicam a minoria das mulheres a chefiar cozinhas: a maternidade e a necessidade de estabilidade para constituir família. Manuela conta que nunca sentiu que ter filhos fosse um impedimento. “Eu morava perto do meu trabalho e muitas vezes levei o meu filho, ele ficava numa dispensa enquanto eu trabalhava”. No entanto, defende que hoje em dia os jovens “querem ser pais e mães cedo” e que isso pode ser um desafio à progressão na carreira, mas acrescenta que pode ser possível conciliar as duas coisas.

A chefe do Pap’Açorda afirma que aliou a curiosidade à sensibilidade que sempre teve para a cozinha. Manuela foi em busca de conhecimento e conta que o primeiro ordenado “foi gasto todo em livros de culinária”.

Ainda que o lugar da mulher possa também ser na liderança das mais prestigiadas cozinhas do país, no que toca às estrelas Michelin – o prestigiado prémio que distingue as melhores cozinhas do mundo – não é bem assim. Em Portugal, existem 21 restaurantes distinguidos pelo guia. Nenhum deles apresenta uma mulher como chefe principal.

Mafalda Lemos, guitarrista. “Eu sei que podem surgir oportunidades por ser uma mulher, mas quero que o meu nível seja suficiente para isso”

Mafalda Lemos é uma jovem guitarrista portuguesa. O primeiro contacto com a música surgiu muito cedo, logo na escola primária. Assim que teve de escolher um instrumento para a acompanhar ao longo dos anos, simpatizou com as cordas e escolheu a guitarra. Na altura, não imaginava que era o som que iria mudar a sua vida. Mais tarde, começou o percurso no Conservatório de Música do Porto, abraçando a guitarra desde os 7 anos.

Hoje, com 19 anos, estuda composição na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML). “Quero fazer da música a minha vida”, disse em determinado ponto da sua vida.  A decisão foi recebida com entusiasmo por quem lhe era mais próximo. Mafalda conta que vem de uma família que “dá valor às artes” e que sempre a incentivou a seguir o que gosta.

Ainda são as mãos masculinas as que mais fazem ecoar a melodia da guitarra. Mafalda conta que é um instrumento que “exige força”, nomeadamente na execução de alguns movimentos, como a técnica da barra, e afirma que talvez seja por isso que é “associado aos homens”.

A jovem do Porto tem vontade de trazer a esta arte o toque feminino e faz parte da porção de mulheres guitarristas no mundo da música. Depois de anos envolvida com as cordas da guitarra clássica, quis experimentar a Guitarra de Coimbra. “A guitarra apresenta-se hoje em dois modelos diferentes, existe a de Coimbra e a de Lisboa, e cada uma tem o seu reportório instrumental. Eu toco a de Coimbra”, explica ao JPN.

Mafalda Lemos.

“O fado da Guitarra de Coimbra nasce da tradição das serenatas, onde está um homem a cantar e outros homens a tocar guitarra para uma mulher que está à janela”. Por isso, é “revolucionário” ver a mulher numa posição que não a tradicional desta história. Para já, Mafalda assume apenas o desejo de continuar a dedicar-se ao reportório instrumental.

Ser mulher a tocar guitarra pode ter muitos obstáculos, mas, ainda assim, Mafalda sabe que também lhe poderá trazer oportunidades. “Eu sei que podem surgir oportunidades por ser uma mulher, mas quero que o meu nível seja suficiente para isso, para me chamarem quando precisassem de uma guitarrista, e para poder viver da música”, refere.

Um dos momentos marcantes na sua jornada pela música foi um concerto em homenagem a Carlos Paredes, mestre da Guitarra portuguesa, na Voz do Operário, em Lisboa. Eram apenas mulheres a tocar: “nunca conheci muita gente que tocasse guitarra portuguesa, muito menos mulheres… Gostei de ter colegas para partilhar a experiência, falar das dificuldades e dos conselhos”.

Mafalda ainda está a descobrir o mundo das cordas e da guitarra, mas a certeza que traz consigo é a de que quer fazer da música a sua vida.

Maria José Neto, Marlene Sá e Cecília Abreu, pescadoras. Três mulheres que fazem do mar a sua casa

Maria José, Marlene e Cecília– são as três pescadoras, naturais de Castelo de Neiva. A vida levou-as até à pesca por diferentes razões; hoje, vivem felizes no lugar que tão bem as acolheu: a vida no mar.

Maria José Neto.

Para Maria José Neto, pescadora em Castelo de Neiva, o preconceito chegava pela boca de outras mulheres. Quando, em 2005, decidiu tirar a cédula e acompanhar o marido no mar, recorda-se de lhe dizerem que não ia aguentar aquela vida. Foi ao contrário das expectativas, até porque “o trabalho pode ser para homens, mas faz-se igual. Já lá vão 17 anos nisto e sinto-me feliz na pesca”.

Já para Marlene Sá, também pescadora na região, a pesca foi um “bichinho” que nasceu consigo. Vinda de uma família de pescadores, Marlene diz que esteve desde sempre ligada à vida no mar, ainda que só seja pescadora há quatro anos e meio.

Marlene Sá.

Foi cozinheira e trabalhou numa fábrica de redes de pesca, mas, quando o tio faleceu e a venda do seu barco se tornou tema de conversa, a pescadora decidiu que ia continuar o seu legado. “O meu pai dizia que eu era maluca, que não era um trabalho para mulheres”; contrariando a vontade do pai, Marlene Sá seguiu o seu desejo.

“De vez em quando os homens mandam umas piadas desagradáveis, mas eu não me importo, deixo-os falar”, mas defende convicta: “Eu faço o mesmo trabalho que eles”.

A pesca surgiu na vida de Cecília Abreu por motivos distintos das colegas. A pescadora tem dois filhos que sofrem de um problema de saúde, por isso, têm muitas consultas. “Por causa disto eu não podia trabalhar num sítio onde estivesse sempre a faltar, porque nenhum patrão aceita tal coisa, então tinha de estar num trabalho que me permitisse ter mais tempo para eles, principalmente”, explica.

Cecília Abreu.

Cecília refere que, “na maior parte das vezes, as pessoas nem acreditam que uma pessoa [refere-se ás mulheres] se dê na pesca”, mas afirma que recebe muitos elogios pelo trabalho que desempenha.

Há já quatro anos que na embarcação seguem sempre Cecília e o marido, mas antes a pescadora trabalhou na restauração e na tecelagem, trabalhos que teve de abandonar para dar apoio aos filhos, e no qual recebeu o total apoio pela decisão: “disseram que ia ser bom para mim porque conhecem a minha história, e sabem a minha situação com os miúdos”.

Cecília deixa claro que não sofre de preconceito por ser uma mulher pescadora e afirma que no se meio de trabalho “dão valor aquela mulher que está ali, por saberem como é a vida no mar”.

Marisa Gamboa, piloto. Pilotar também é para mulheres

Tudo começou com um sonho emprestado pela irmã, que “dizia que queria ser piloto de aviões”. Ao terminar o secundário, Marisa Gamboa soube de um concurso na Academia da Força Aérea, mas achou que as mulheres não podiam concorrer e “que era uma coisa para homens”. Acabou por se inscrever e entrar. Por lá permaneceu durante alguns anos, mas não terminou o curso.

Marisa Gambôa.

Ao relembrar o tempo que por lá passou – foi lá que conheceu o marido -, Marisa refere que “a instituição sempre fez de tudo para que nos sentíssemos bem-vindas [enquanto mulheres], nos adaptássemos e que fossemos mais um soldado no meio dos outros soldados”. Na Força Aérea, para além de Marisa, estavam apenas mais duas mulheres.

Num meio constituído maioritariamente por homens, Marisa conta que nem sempre recebeu um tratamento balanceado com os colegas. “Ou nos tratavam muito bem porque tinham receio de fazer algo de errado, ou tratavam-nos menos bem porque, de alguma forma, fomos interferir com o que eles faziam normalmente no meio masculino”, diz. A piloto ressalva que a instituição abriu, de qualquer modo, as portas às mulheres.

A vida deixou esta paixão em pausa e Marisa tornou-se enfermeira, depois esposa e mãe. Já depois dos 30 anos, numa retrospetiva daquilo que deixou por fazer, decide tirar o curso de piloto comercial de aviões, algo que “mudou” a sua vida. A decisão foi recebida “sempre com algum receio” por parte da família, que via Marisa a deixar na prateleira uma vida tida como “mais estável”.

Hoje, Marisa é piloto na TAP e faz aquilo que gosta, mas não esquece a parte mais desafiante da profissão. “Por vezes acabámos por não conseguir estar tão presentes como queríamos, com os filhos, com o cônjuge, com os pais, e mesmo com os amigos”, desabafa.

Para Marisa, a vida de alguém da aviação foge ao horário normal das pessoas e, por vezes, força a piloto a ficar longe da família durante alguns dias, chegando a falhar “datas importantes”. “No Natal, cá em casa, costumamos pôr sempre um sapatinho junto à árvore com os nossos presentes. Lembro-me que houve um ano em que só o fizemos no dia 7 ou 8 de janeiro”, recorda.

A profissão ensinou Marisa Gamboa a capacidade de “relativizar” as ausências e aproveitar os momentos em que pode estar presente. Voar “é uma profissão muito bonita” e a piloto afirma, com orgulho: “gosto muito daquilo que faço”.

Esta terça feira, Dia da Internacional da Mulher, Marisa foi voar até ao Rio de Janeiro, longe das mulheres da sua vida, mas feliz por ter dado asas ao seu sonho.

Artigo editado por Tiago Serra Cunha