Lilly Alfonso, Nopin e Nuno Miguel Ramos apresentaram as suas coleções na Alfândega do Porto durante a tarde do segundo dia de Portugal Fashion.

Do Malawi para o Porto, Lilly Afonso presenteou o público com uma dança no final da apresentação. Foto: Nádia Neto

A Alfândega do Porto, o habitual quartel-general do Portugal Fashion, recebeu esta quinta-feira, 13 de outubro, as criações de dois designers portugueses e uma designer africana. As flores, os têxteis elegantes e delicados e a grande diversidade de cores foram os principais denominadores comuns das apresentações.

As influências africanas de Lilly Alfonso

O desfile de Lilly Alfonso foi o primeiro a ter lugar. A apresentação da coleção insere-se no projeto CANEX (Creative African Nexus), o qual tem como objetivo trazer designers africanos ao Portugal Fashion para apresentarem as suas criações.

A designer, nativa do Malawi, incorporou inspirações do continente africano em cada uma das peças da sua coleção. Os chapéus feitos de palha usados pelos modelos contrastavam com os vestidos e os trajes de cores terra, elegantemente estruturados e feitos de materiais luxuosos como o veludo.  Destacavam-se toques dourados, amarelos e vermelhos nos acessórios.

As influências da identidade e da herança africanas da designer estiveram presentes em quase todos os aspetos do desfile, desde a música escolhida até aos estampados em algumas das peças. Lilly Alfonso dançou e sorriu para o público na sua apresentação no final do desfile. 

“Iris Graminea” e a inspiração botânica por trás da nova coleção de NOPIN

A designer Catarina Pinto, que herdou a marca NOPIN dos pais em 2006, estreou-se no Portugal Fashion com a sua segunda coleção. As inspirações foram as ilustrações botânicas do livro “Botanical Scketchbook”, da artista Mary Ann Scott, sendo a flor “Iris Graminea” que dá o seu nome à coleção.

As peças foram feitas de tecidos sustentáveis criados e produzidos em Portugal, entre os quais algodão, linhos feitos à mão e poliéster reciclado. Os têxteis foram manipulados de tal forma a replicarem as pétalas de uma tulipa. Predominaram as rendas, as flores feitas à mão e as transparências. Destaca-se a presença de cores fortes e os contastes entre os tons.

O desfile começou com uma interpretação de dança de contemporânea por uma dupla de dançarinas, vestidas com materiais transparentes, com flores incorporadas no tecido.

O salto quântico de Nuno Miguel Ramos

Nuno Miguel Ramos abandonou o preto, característico dos seus trabalhos anteriores, para apresentar uma diversidade de peças em tons pastel no desfile da sua nova coleção “Quantum Jump”.

Na descrição da sua criação para o Portugal Fashion, Nuno Miguel Ramos refere que a sua inspiração principal foi a diversidade de cores presentes na arquitetura do Porto. Na mesma descrição, o designer, nascido no Porto, também afirma querer fazer um “brinde à cidade que marca um capítulo importantíssimo” da sua vida.

As peças destacam-se com cores como rosa-claro, azul elétrico, e verde-água. Os estampados de flores e os brilhos holográficos também foram protagonistas na coleção.

O Portugal Fashion termina este sábado, no dia 15 de outubro, no Museu Nacional Soares dos Reis. Os próximos dias ainda contam com as coleções de Estelita Mendoça, Hugo Costa, Marques’Almeida, entre outros.

Artigo editado por Filipa Silva