O novo centro de cinema da cidade do Porto propõe ao público um programa intenso ao longo do fim de semana, preenchido por filmes, debate, música e visitas guiadas.

Cinema Batalha reabre esta sexta-feira (9 de dezembro) num edifício totalmente remodelado. Foto: Maria Andrade

Fechado desde o ano 2000, o icónico cinema Batalha reabre portas nesta sexta-feira, dia 9, às 17h30, depois das obras de remodelação que tiveram início há três anos.

A claquete para a projeção dos primeiros filmes é acionada às 18h30. Com entrada gratuita, mediante levantamento prévio do bilhete, o público poderá escolher entre a curta-metragem “The New Sun” (2017), de Agnieszka Polska, ou “The Day the Earth Stood Still” (1951), de Robert Wise. As sessões, que decorrem em paralelo nas duas salas disponíveis no espaço, voltam a repetir-se às 21h30 e assinalam ao mesmo tempo o arranque do ciclo Políticas do Sci-Fi.

Pelas 22h30, no bar do edifício, entra em cena a animação musical. Juliana Huxtable, Jackie e MVRIA asseguram os DJ Set que se estendem até às 02h00, com entrada livre para o público. Em simultâneo, o cinema continuará a marcar presença com a projeção em contínuo de duas curtas-metragens de Agnieszka Polska: a já referida “The New Sun” (2017) e ainda “What the Sun has Seen” (2017).

A artista nascida na Polónia, cujo trabalho se divide entre a escultura e o cinema, vai estar em destaque durante todo o mês de dezembro, com a exibição de diversas obras. Polska é um dos valores emergentes da cena artística polaca. O seu trabalho pode ser visto em diversos museus internacionais, como o Moma, em Nova Iorque, ou o Centro Pompidou, em Paris.

‘A Sibila’ em antestreia nacional

No sábado, o programa arranca às 11h30 com uma visita guiada pelo edifício, a ser conduzido pelas equipas artística e de arquitetura. A entrada é gratuita, mediante levantamento prévio de bilhete.

Uma das iniciativas do Batalha Centro de Cinema (BCC) será a realização de Sessões para Famílias, adaptadas a todas as faixas etárias. A primeira sessão, intitulada ‘Cabeça na Lua’, terá lugar no sábado, às 15h15, e terá como mote as viagens à Lua retratadas no cinema. Serão apresentados “Viagem à Lua, de Georges Méliès, “Os Macacos que Queriam Apanhar a Lua”, de Zhou Kequin, “Wallace and Gromit — Uma Grande Aventura”, de Nick Park.

Às 17h15, tem lugar um dos momentos altos do programa inaugural: a antestreia da adaptação cinematográfica de “A Síbila, realizada por Eduardo Brito e integrada nas comemorações do centenário do nascimento da escritora Agustina Bessa-Luís. À visualização do filme, segue-se uma conversa com a presença de Eduardo Brito, do produtor Paulo Branco, Mónica Baldaque, filha da autora de “A Sibila”, e Isabel Ponce de Leão (a quem caberá a moderação).

O segundo dia do programa de atividades inaugurais encerra a partir das 21h15, com “Chocolat”, a primeira sessão da retrospetiva “Todo o Corpo”, dedicada à realizadora africana Claire Denis.

A Confederação: durante o PREC também se filmou ficção científica

No domingo, pelas 15h30, tem lugar uma nova visita guiada através de um espaço que contém, entre outros pontos de interesse artístico e histórico, um conjunto de painéis pintados por Júlio Pomar e que foram restaurados durante a renovação do edifício. A entrada é gratuita, mediante levantamento de bilhete.

Da parte da tarde, às 16h15, é projetado “A Confederação — O Povo é que Faz a História, de Luís Galvão Teles, um filme de ficção científica filmado em pleno PREC, e enquadrado no ciclo Políticas do Sci-Fi. Depois da sessão, realizador e Amadeu Lopes Sabino vão estar no Batalha Centro de Cinema para uma conversa moderada por Arnaldo Saraiva.

Finalmente, pelas 19h15 (e também inserido no ciclo Políticas do Sci-Fi) são exibidos “The Great Silence“, de Jennifer Allora e Guillermo Calzadilla, e “Flores”, de Jorge Jácome, sob o mote Melancolias de Extinção. O realizador de “Flores” participará, no final, numa conversa moderada por Lukas Brasiskis.

Artigo editado por Filipa Silva