Enterro de Pelé decorre esta terça-feira (3), em Santos. Lula da Silva, recém-empossado Presidente do Brasil, participou no velório e prestou homenagem àquele que é considerado, por muitos, o melhor jogador de futebol de todos os tempos.

Pelé, no Hotél Mariott, em Amesterdão, 1981. Foto: Fotopersbureau De Boer/ Wikimedia Commons

Lula da Silva esteve esta manhã (pelas 12 horas, em Lisboa) no velório de Pelé, que decorre desde ontem no Vila Belmiro, estádio do Santos, clube onde o antigo jogador permaneceu praticamente toda a carreira.

O Presidente brasileiro, recentemente empossado, rezou com a família e prestou homenagens de estado àquele que foi considerado “Jogador do Século”, em 2000, pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS).

Previsto para as 13 horas locais (16 horas, em Portugal), o enterro é precedido de um cortejo pelas ruas de Santos que passará junto à casa de Celeste Arantes, mãe do antigo camisola 10 da seleção brasileira. Pelé será sepultado no Memorial Necrópole Ecumênica, um cemitério vertical de Santos, numa cerimónia reservada à família.

Numa nota enviada às redações, a Embaixada do Brasil em Lisboa informa que o Governo brasileiro declarou três dias de luto nacional e que um livro de condolências fica aberto na sede da Embaixada até sexta-feira (6).

A despedida tem sido marcada, como era esperado, por uma forte participação popular. Milhares de pessoas passaram junto ao palanque montado no centro do relvado onde o tricampeão do mundo pelo Brasil marcou boa parte dos mais de mil golos que contabilizou ao longo da carreira.

Junto ao caixão, coberto pelas bandeiras do Brasil e do clube paulista, permaneceram os familiares mais chegados, enquanto o fluxo ininterrupto de populares continuava a passar a poucos metros de distância, para prestar uma última homenagem ao craque falecido a 29 de dezembro, aos 82 anos, vítima de cancro.

A afluência foi de tal ordem que as autoridades apelaram, nas últimas horas, para que os visitantes não parassem em frente ao local onde Pelé permanecia em câmara-ardente, de forma a permitir que todos se pudessem despedir do antigo futebolista.

Para garantir a segurança de todo o processo, foi montada um gigantesco dispositivo policial, que recebeu do nome de “Operação Rei Pelé”.

Impedido de viajar,  Neymar despede-se pelo Instagram

As cerimónias fúnebres estão a atrair os olhares de todo o mundo e foram credenciados cerca de 5 mil jornalistas para acompanhar o velório e enterro do jogador, adianta a agência Reuters.

Gianni Infantino foi dos primeiros a chegar às exéquias, na segunda-feira (2). “Pelé é eterno”, afirmou o Presidente da FIFA aos repórteres, em declarações reproduzidas pela Reuters, apelando depois a que todos os países batizem um estádio com o nome Pelé, em homenagem ao antigo jogador.

Neymar foi impedido de viajar pelo seu clube, o Paris Saint-Germain, para atender às cerimónias. No Instagram, o capitão da seleção brasileira realça que existe um antes de depois de Pelé: “Mudou tudo. Transformou o futebol em arte, em entretenimento. Deu voz aos pobres, aos negros e principalmente: Deu visibilidade ao Brasil”.

Do interior de Minas Gerais ao estrelato mundial

Pelé, alcunha pela qual ficou conhecido Edson Arantes do Nascimento, nasceu no estado de Minas Gerais, em 1940. Com apenas quinze anos estreou-se no Santos e aos dezasseis pela seleção brasileira. É o único jogador, até à data, que venceu três campeonatos do mundo (1958, 1962 e 1970).

Marcou 765 golos em 812 partidas oficiais e 1283 golos em 1363 jogos (se somarmos as partidas não-oficiais), o que é considerado um recorde mundial pelo Guiness Book.

Para além do título de “Jogador do Século”, já referido anteriormente, foi eleito “Atleta do Século”, em 2000, pelo Comitê Olímpico Internacional.

Notícia atualizada às 14:59 de 3 de janeiro de 2022 com referência à nota enviada às redações pela Embaixada do Brasil em Lisboa 

Artigo editado por Paulo Frias