O forte tremor de terra ocorreu às 04h17 (01h17 em Portugal continental), no sul da Turquia, junto à fronteira com a Síria. Há milhares de mortos e feridos a registar.

Imagem da destruição provocada pelo sismo, em Gaziantep. Foto: Mahmut Bozarslan/ Wikimedia Commons Foto: Mahmut Bozarslan / Wikimedia Commons - Licença Public Domain

 

Um forte sismo abalou o sul da Turquia e o norte da Síria, na madrugada desta segunda-feira (6), pelas 04h17 (01h17 em Lisboa). A Proteção Civil turca (AFAD) já contabilizou 3432 vítimas mortais e 21.103 feridos. Segundo a Reuters, membros do governo de Damasco dão conta de 1444 mortos e 3500 feridos, na Síria. De acordo com a Agência France-Presse, a Organização Mundial da Saúde aponta para que o número final de vítimas ultrapasse as 20 mil pessoas. As equipas de resgate continuam a procurar sobreviventes nos escombros, mas as réplicas, as derrocadas e o frio têm complicado as operações de salvamento. A AFAD já iniciou um processo de angariação de fundos para ajudar as vítimas do desastre natural.

O sismo de magnitude de 7,8 na escala de Richter, com epicentro a 33 Km da capital da província de Gaziantep, foi seguido de uma réplica de 6,7 de magnitude. A atividade sísmica continua a registar-se e, segundo o Centro Sismológico Euro-Mediterrânico, esta terça-feira (7), houve mais um terramoto de 5,5 no centro da Turquia. Países como Israel, Iraque, Líbano, Chipre e Egito também sentiram os abalos. Este desastre já foi considerado o mais devastador desde o Sismo de Izmit, em 1999, do qual resultaram cerca de 17 mil vítimas mortais.

Reagindo nas redes sociais, o presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan afirmou que o abalo causou a destruição de mais de 2800 edifícios, o que poderá levar a um aumento considerável do número de vítimas. Já se lamenta, nomeadamente, a destruição do Castelo de Gaziantep, uma herança cultural que remonta ao período romano e que conta com mais de 2 mil anos de existência.

No norte da Síria, a destruição já anteriormente causada pela guerra civil iniciada em 2011, acentuou-se com a devastação que o desastre natural originou. Nesta região, as operações de buscas nos escombros revelam-se muito complicadas devido às baixas temperaturas que aí se registam. Segundo a Reuters, a Síria conta mais de 326 mortos e mais de mil feridos.

A comunidade internacional já se predispôs a ajudar os dois países. De acordo com o site da CNN Internacional, o ministro dos negócios estrangeiros da Holanda, Wopke Hoekstra, disse que vai enviar uma equipa de resgate composta por um corpo de primeiros socorros, polícias, militares e bombeiros. O primeiro-ministro português, António Costa, também já manifestou o apoio de Portugal na rede social Twitter, mostrando consternação, solidariedade e disponibilidade para ajudar os dois países afetados por este desastre natural, em coordenação com os países parceiros.

Artigo atualizado às 13h12 com a contabilização mais recente de vítimas.

Artigo editado por Miguel Marques Ribeiro