O palacete Silva Monteiro, que também é sede da Comissão do Vinho Verde, promete pôr à prova os sentidos dos seus visitantes. O convite para uma degustação vínica e visita ao edifício centenário arranca este sábado (4). Os guias são elementos da equipa da Universidade Católica que trabalha na renovação do espaço desde 2019.

O terceiro andar da casa é mais intimista e familiar, mas contem igualmente ornamentos muito ricos baseados em episódios da vida de Silva Monteiro. Foto: Sofia Dias

A partir de sábado (4), o palacete Silva Monteiro proporciona uma nova experiência contemplativa e degustativa, que permite conhecer o interior da casa oitocentista e participar em provas de vinhos verdes. Esta combinação improvável de arquitetura e vinho deve-se ao facto de este palacete se ter transformado em sede da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), em 1944.

Em conversa com o JPN, Sofia Figueiras, da CVRVV, explica o conceito da iniciativa referindo a importância do vinho na cultura portuguesa e a preservação histórica e patrimonial do palacete. Segundo a assessora, estamos perante um “cruzamento entre uma maravilhosa arquitetura e um produto de excelência, o vinho verde”.

Vista do interior do palacete Silva Monteiro, que funciona como sede da Comissão Viticultura da Região do Vinho Verde. Foto: Sofia Dias

No momento da degustação, a oferta de vinhos é variada no que toca à marca e ao estilo, podendo-se provar vinhos de guarda e vinhos mais jovens. O objetivo, adiciona Sofia Figueiras, é “representar toda a região” vinícola “e dar a conhecer toda a sua diversidade”.

A “casa mais bonita do Porto”, como é apelidada pela CVRVV com base em testemunhos antigos, foi construída e habitada por António da Silva Monteiro e a sua família, no século XIX. Silva Monteiro foi emigrante no Brasil, viajou por toda a Europa e era uma figura proeminente da sociedade portuense oitocentista. O edifício apresenta uma rica fusão de elementos do neoclássico, rococó e de inspiração oriental.

Maria Gonçalves, conservadora-restauradora, é uma das guias com que poderá contar para conhecer os vários salões do palacete. Foto: Sofia Dias

Para além da experiência sensorial, a visita ao palacete proporciona um vasto conhecimento sobre a vida e obra de Silva Monteiro, assim como sobre os elementos decorativos e arquitetónicos da casa. A equipa de guias é composta pelos próprios conservadores-restauradores da Escola de Artes da Universidade Católica (EAUC), que integram o projeto de restauro do palacete, iniciado em 2019.

As visitas, com limite máximo de 15 pessoas, realizam-se aos sábados, entre as 14h30 e as 17h30. Têm a duração de uma hora, fazem-se em português e em inglês e estão sujeitas a uma inscrição prévia no site do Vinho Verde.

Artigo editado por Miguel Marques Ribeiro