Este ano, o Dia Internacional da Visibilidade Trans (assinalado a 31 de março) não vai passar despercebido no Porto. Assim, esta sexta-feira vai realizar-se a primeira Marcha pela Visibilidade Trans na cidade. O ponto de encontro dos ativistas é na Praça dos Poveiros, pelas 18 horas, e o trajeto passa pelas ruas de Passos Manuel e Santa Catarina, terminando na Praça D. João I.
Jo Matos, elemento da direção da Rede Ex Aequo, uma das entidades organizadoras, indica ao JPN que a importância de se realizar esta marcha prende-se, além de apelar à questão da visibilidade, na necessidade de reforçar e apoiar a comunidade.
O principal objetivo é lembrar que há muito a conquistar na igualdade de tratamento. “É importante reivindicar os direitos de acesso à saúde, a publicação de normas clínicas – a propósito do acompanhamento de pessoas trans nos serviços de saúde pública-, apelar à não discriminação e lutar contra violência transfóbica”, completa Jo Matos.
Segundo o membro da Rede Ex Aequo, as pessoas trans são vítimas de bullying nos mais variados contextos: “no seio familiar, na escola, no trabalho e na rua”. Jo Matos reforça que esta discriminação generalizada leva muitos a terem dificuldades no que toca a conseguir emprego e mantê-lo, pelo que “acabam em situações de precariedade”.
Jo Matos também mostra preocupação face aos cidadãos trans residentes no país que não possuem nacionalidade portuguesa. “A lei portuguesa não lhes permite a alteração legal de nome – e isso empurra mais para a margem pessoas que já são marginalizadas por questões de xenofobia e racismo”, reitera a voz da Rede Ex Aequo.
O evento é promovido por Coletivo a Traça, Anémona, Porto Inclusive, Somos Blergh, União Libertária e Rede Ex Aequo.
Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira