Esta quarta-feira (26), o Vaticano anunciou a decisão de incluir mulheres leigas no sínodo dos bispos, assembleia onde os membros da instituição católica discutem e votam sobre questões internas da Igreja.
O concílio, que se realiza periodicamente, estava até agora reservado a bispos e cardeais. Com este avanço, o encontro eclesiástico passa a incluir 70 pessoas não-bispos, entre padres e leigos, metade das quais devem ser obrigatoriamente mulheres.
Entre os escolhidos, o líder da igreja católica vai também incluir jovens. No total, existirão 400 participantes, dos quais 370 (incluindo estes 70 elementos) terão direito ao voto.
Para preparar o próximo sínodo, que acontecerá numa primeira sessão em outubro deste ano e numa segunda sessão em outubro de 2024, as sete reuniões internacionais das Conferências Episcopais e a Assembleia Sinodal das Igrejas Católicas Orientais vão preparar uma lista com 140 pessoas.
A partir dessa seleção, que tem em conta fatores como a cultura de origem, conhecimento e participação na religião católica, o Papa Francisco escolherá os 70 participantes não bispos.
Igreja adapta-se à “forma como o mundo é”
A decisão do Papa Francisco é considerada histórica, uma vez que as mulheres já tinham expressado a sua vontade de participar na instituição, incluindo ter um papel eclesiástico.
Citado pelo Vatican News, portal de notícias oficial do Vaticano, o arcebispo do Luxemburgo e relator-geral do próximo sínodo, Jean-Claude Hollerich, considera que estes avanços “não são uma revolução, mas são mudanças importantes“.
Numa conferência de imprensa em que também participou o secretário-geral do sínodo, Mario Grech, os cardeais afirmam que a presença dos 70 leigos faz sentido “porque esta é a forma como o mundo é“.
Artigo editado por Miguel Marques Ribeiro