O custo do palco-altar da Jornada Mundial da Juventude, que se realizará em agosto, em Lisboa (JMJ), será reduzido em 30%. O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, atualizou hoje, em conferência de imprensa, os gastos previstos com a infraestrutura do evento.

Visita do Presidente da República ao terreno da JMJ. Foto: JMJ Lisboa 2023 via Flickr

O novo projeto do palco divulgado nesta sexta-feira (10) custará 2,9 milhões de euros, uma redução de 30% em comparação ao valor de 4,2 milhões apresentado anteriormente. Carlos Moedas afirmou que tal redução é resultado de uma mudança estrutural no modelo do altar, que passará de nove para quatro metros de altura e de cinco mil metros quadrados para apenas 3 250. A quantidade de pessoas que ficam no palco que vai ser construído no Parque Tejo também foi reduzida, passando de duas mil para 1 240. 

O Presidente da Câmara apresentou o que chamou de “redução substancial de custos” garantindo manter a “dignidade e a segurança que este evento necessita e merece”. Moedas explicou ainda que tal redução irá dificultar a visibilidade do Papa Francisco. “Vamos ter, pelo menos numa das partes, 30 mil pessoas com visibilidade reduzida”.

Sobre o segundo palco, previsto para o Parque Eduardo VII, Carlos Moedas disse que as informações sobre os valores que eram divulgados de maneira não oficial não tinham qualquer fundamento, pois ainda não havia qualquer decisão a respeito do que seria feito nesse local.

O autarca agradeceu à Fundação Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), que se comprometeu a financiar a infraestrutura. “Não tínhamos qualquer projeto fechado. Apresentamos aqui uma solução de um palco, uma estrutura muito leve, que estará no Parque Eduardo VII, que poderá ascender aos 450 mil euros.”

O autarca sublinhou que Lisboa quer mostrar ao mundo o orgulho da cidade e a capacidade de bem receber. “Lisboa será o centro do mundo” durante a primeira semana de agosto, disse Moedas, que classificou classificou a JMJ Lisboa 2023 como “o maior evento de sempre nesta cidade”.

Carlos Moedas afirmou ainda que a capital portuguesa nunca teve tanta gente na cidade e que é importante que este seja um evento de paz e tolerância, e que todos estejam focados em Lisboa. “Num momento tão difícil para o nosso mundo, os olhos do mundo estarão postos na nossa cidade”.

Também presente na conferência de imprensa, o presidente da Fundação JMJ, o bispo Américo Aguiar, pediu a compreensão por parte dos portugueses devido às proporções do evento. “É óbvio que nenhum de nós alguma vez preparou uma coisa destas e nós estamos a aprender”. 

A autoridade religiosa disse ainda que, por se tratar de uma cerimónia jamais antes vista em Portugal, é normal que se tenham surpresas com as dimensões do evento que classificou como “esmagador”. “Estamos a falar de um espaço que é equivalente a 100 campos de futebol”, pontuou o bispo, referindo-se aos terrenos onde será construído o palco principal.

A Igreja acredita que as despesas totais do evento ascenderão a 80 milhões de euros, metade do valor que a JMJ custou em média nas últimas edições do evento, que reúne jovens católicos provenientes dos quatro cantos do mundo.

No entanto, não foi esclarecido durante a conferência de imprensa se neste valor estão incluídos os custos relativos à Câmara Municipal de Oeiras, que irá promover um encontro entre os voluntários e o Papa Francisco. Até à data, a autarquia gerida por Isaltino Morais ainda não divulgou quanto será gasto.

Artigo editado por Miguel Marques Ribeiro