A equipa treinada por Francisco Neto prepara-se para enfrentar a Inglaterra do próximo dia 1 de julho e a Ucrânia a 7 de julho, antes da estreia no Campeonato do Mundo, que acontece na Austrália e Nova Zelândia. Portugal está integrado no Grupo E junto com Países Baixos, Vietname e Estados Unidos, com a primeira partida oficial marcada para 23 de julho.

A seleção de futebol feminino está a preparar o Mundial na Cidade do Futebol, em Oeiras. Foto: FPF

A seleção portuguesa de futebol feminino fez história, em fevereiro deste ano, ao qualificar-se pela primeira vez para o Campeonato do Mundo da FIFA, juntando-se às 32 seleções participantes. A menos de um mês do arranque da competição, a seleção liderada por Francisco Neto tem ainda dois amigáveis para realizar e o primeiro é já este sábado, 1 de julho, em Inglaterra.

Nesta partida, a seleção das quinas vai defrontar a atual campeã europeia, Inglaterra. A partida acontece em Milton Keynes, a 70 quilómetros de Londres, pelas 15h15 (Portugal continental). “É um jogo muito difícil que acontecerá após as duas primeiras semanas do nosso estágio. Irá ajudar-nos a perceber o estado da equipa nesse momento”, declarou o selecionador nacional, a propósito deste jogo, em declarações ao site da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Logo depois, será a vez de enfrentar a Ucrânia, partida que sucede no dia 7 de julho, às 20h45, no Estádio do Bessa, no Porto. O jogo é o último “teste” antes de a seleção embarcar para a Nova Zelândia, onde vai disputar os três jogos da fase de grupos. 

As 23 convocadas (ver caixa) já começaram a última fase de preparação do Mundial a 19 de junho, na Cidade do Futebol, em Oeiras. O plantel vai continuar reunido no centro de treinos até ao dia 10 de julho, data da partida para o país co-anfitrião do campeonato.

Mundial arranca a 20 de julho

A nona edição do torneio mundial de futebol feminino vai arrancar no dia 20 de julho e prolongar-se até 20 de agosto, na Austrália e na Nova Zelândia, tendo como novidade o facto de decorrer em dois países de diferentes confederações, a Ásia e a Oceânia.

Portugal está no grupo E juntamente com os Países Baixos, com quem vai jogar a 23 de julho, e também com o Vietname, com quem tem encontro marcado para o dia 27 de julho. Por fim, a partida com o líder no ranking mundial, os Estados Unidos, agendada para 1 de agosto. Os três jogos vão decorrer nas cidades de Dunedin, Hamilton e Auckland, na Nova Zelândia.  

A transmissão dos 55 jogos do mundial se dará pelos canais da Sportv.

A equipa portuguesa tem vindo a subir no ranking oficial da FIFA, ocupando atualmente a 21.ª posição a nível mundial e a 13.ª europeia

“Temos muita ambição”

“O grande objetivo é chegar ao último dia da fase de grupos a depender só de nós para lutar pelo apuramento”, ressalvou o selecionador nacional Francisco Neto, na conferência de apresentação da convocatória, em maio. Além disso, relembrou que “há poucos anos, se calhar nem todos acreditavam nisso. É uma seleção mais madura, mais preparada e com muita ambição.”

O selecionador referiu, na mesma ocasião, que será “um objetivo difícil”, mas conta que agora o principal foco será manterem-se “competitivos, ser competentes e somar pontos para chegar ao último dia a depender só de nós”.

O selecionador Francisco Neto durante a apresentação da lista de convocadas para o Mundial. Foto: FPF

Entusiasmadas com a participação, estão também as jogadoras. “Estamos muito motivadas, finalmente chegou o dia para estarmos concentradas naquilo que é um sonho”, expressou a internacional portuguesa, Dolores Silva, de 31 anos, em declarações à fpf.pt. A atleta sublinhou ainda que a equipa deve “desfrutar, porque é um grande momento” ao qual chegou “por mérito próprio”. Tendo em conta um “grupo difícil”, a “jogar contra as melhores”, a jogadora garante que a equipa vai pensar jogo a jogo: “A cada jogo, vamos tentar dar o nosso melhor para sermos felizes”, afirmou.

Também Ana Seiça, de 22 anos, manifestou a satisfação por fazer parte do lote de convocadas de Francisco Neto: “Estar aqui é algo que desejei muito, tenho vindo a trabalhar para isso, e não há palavras para descrever o que é estar aqui. Vou trabalhar e dar o máximo para que as coisas corram bem”, sublinhou.

Quanto à competição, a central do Benfica disse que a equipa está focada em si própria: “Estamos a trabalhar no nosso processo, na nossa forma de jogar, para que quando esse dia chegar estejamos nessa posição. Está toda a gente com muita entrega e muita vontade e é isso que precisamos para correr bem”, declarou a central do Benfica ao mesmo site.

As 23 convocadas da Seleção Portuguesa

Guarda-redes: Rute Costa, Inês Pereira e Patrícia Morais

Defesas: Ana Seiça, Carole Costa, Catarina Amado, Diana Gomes, Joana Marchão, Lúcia Alves, Sílvia Rebelo e Ana Rute

Médios: Andreia Norton, Andreia Jacinto, Dolores Silva, Fátima Pinto, Francisca Nazareth e Tatiana Pinto

Avançados: Ana Borges, Ana Capeta, Carolina Mendes, Diana Silva, Jéssica Silva e Telma Encarnação

 O futebol feminino a ganhar notoriedade

A crescente relevância do futebol feminino é uma realidade. Já no Europeu de 2022, assinalaram-se recordes no número de espectadores. A prova terá sido assistida por um público global acumulado de 365 milhões, mais do dobro da edição de 2017 (178 milhões) e 214% mais do que em 2013 (116 milhões). 

Em termos de bilhetes vendidos, o campeonato da Austrália e Nova Zelândia também está perto de se tornar aquele com mais assistência nas bancadas. A 8 de junho, a FIFA confirmava a venda de 1.032.884 bilhetes até essa altura. O recorde de assistência aconteceu em 2015, no Canadá, quando foram vendidos mais de 1,3 milhões de bilhetes. 

 Além disso, a valorização das atletas é evidente visto que a FIFA vai conceder um prémio monetário a cada uma das 736 participantes do Mundial no valor de 30 mil dólares (aproximadamente 28 mil euros), de acordo com o anúncio do Sindicato Internacional de Futebolistas Profissionais (FIFPro).  

No total, confirmou Gianni Infantino, presidente da FIFA, em março, os prémios monetários subiram para os 150 milhões de euros, valor três vezes maior do que aquele atribuído em 2019, em França.

O aumento não se vê apenas na assistência ou nos prémios atribuídos, mas também na adesão à prática da modalidade. Em 2011, Portugal contava com cerca de 5.390 futebolistas federadas, nas modalidades de futebol e futsal. No momento atual, já são mais de 13 mil atletas. 

Editado por Filipa Silva