A Federação Académica do Porto (FAP) desde 2001 que trabalhava no sentido de conseguir que este espaço fosse uma realidade. 16 anos depois o objetivo cumpriu-se, num projeto que engloba a FAP, a Câmara Municipal do Porto, a Universidade do Porto (UP), o Instituto Politécnico do Porto (IPP), a Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional do Porto (UCP) e o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ). O JPN tentou perceber de que forma o Pólo Zero foi um sítio recorrente durante o estudo para os exames universitários.
Com 520 metros quadrados e localizado na Praça de Lisboa, o espaço que pretendia ser um local único destinado ao estudo e uma porta de acesso ao mercado para ideias inovadoras dos estudantes, está a cumprir com as expectativas da Federação Académica do Porto. Quem o diz é Ana Luísa Pereira, presidente da FAP.
Já para os estudantes que usufruem do espaço, destaca-se a localização privilegiada, o horário alargado, os bons acessos (disponibilização de microondas e máquinas de cafés), o pouco barulho e o bom ambiente. A título sugestivo, houve também quem referisse que uma possível instalação de computadores iria tornar o espaço ainda melhor do que já é.
“Todas as formações foram gratuitas, um princípio que se pretende manter”
Em entrevista ao JPN, Ana Luísa Pereira revela que a experiência tem sido muito positiva. A afluência de estudantes tem cumprido com as expectativas. O espaço que foi cedido pela Câmara Municipal do Porto acolhe 1500 estudantes por mês. Já ao nível cultural, a média têm sido de três eventos por mês, que têm sido caracterizados, igualmente, pela forte participação estudantil.
Segundo a presidente da FAP, o espaço que envolveu um investimento total de 400 mil euros foi muito importante para fortalecer e disseminar a marca FAP na região do Grande Porto. Para além disso, o espaço tem “permitido aos estudantes que estão a dar os primeiros passos nos seus projetos e modelos de negócio a divulgá-los e dinamizá-los, um motivo de orgulho para a FAP porque não havia outro sítio no Porto para o fazer”.
Ana Luísa Pereira destaca a realização do “Concerto de Ano Novo” no dia 7 de janeiro deste ano como o grande evento realizado no local. No entanto, o objetivo da realização de exposições, sessões de cinema, debates ou apresentação de livros não tem sido uma realidade recorrente. Apesar disto, a estudante refere que a FAP disponibiliza todas as condições para o efeito.
No âmbito do emprego e formação têm existido seminários e workshops todos os meses, portanto, está a cumprir com o que era expectável. “Até ao momento, todas as formações foram gratuitas e este é um dos princípios que se pretende manter”, salienta.
“Aqui posso estudar pela noite fora sem ninguém me incomodar”
Mas não são só os responsáveis que estão satisfeitos com o local. Os alunos que por lá passam para estudar também têm uma palavra positiva.
Suneila Xarifo, de 24 anos, é estudante de mestrado em Sociologia e costuma deslocar-se ao Pólo Zero para estudar praticamente todos os dias. Salienta que a regularidade com que frequenta o espaço se deve à localização privilegiada. “Situa-se no centro da cidade, com uma entrada magnífica voltada para a Torre dos Clérigos, o que por si só ajuda a explicar a quantidade de pessoas que frequenta as instalações. Depois, outro fator que é vantajoso é o facto de estar perto de imensos transportes públicos aqui no Porto”, salienta Suneila.
Refere, ainda, que o facto da biblioteca ter um horário alargado (das 10h às 00h00) é outro dos motivos que a faz gostar tanto do Pólo Zero. “Já estudei muitas vezes na biblioteca da Faculdade de Letras, no entanto, o facto de estar preocupada com as horas de saída (20h) e em arrumar as coisas não me permite estar tão focada. Aqui posso estudar pela noite fora sem ninguém me incomodar”, revela a estudante.
Confrontada com aquilo que poderia acrescentar qualidade ao espaço, a futura socióloga sugere a instalação de computadores, visto que transportar equipamentos ao longo da noite torna-a mais vulnerável aos assaltos.
Isabel Moreira, de 23 anos, é estudante de mestrado, em Enfermagem Médico-Cirúrgica, na Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP) e frequenta o espaço duas vezes por mês. A estudante gosta do ambiente do Pólo Zero e dos bons acessos oferecidos, nomeadamente a disponibilização de microondas e de máquinas de cafés.
De resto, salienta também o pouco barulho que existe no Pólo Zero, o que comparativamente aos outros locais de estudo é uma grande vantagem. “Já fui estudar para a Biblioteca Almeida Garrett e é muito mais difícil concentrar-me, sobretudo por causa do chão, que, quando as pessoas passam faz imenso barulho e atrapalha o meu estudo”, revela a estudante do ESEP.
O Pólo Zero inaugurado em outubro do ano passado, permanece como espaço de apoio ao estudo de muitos estudantes universitários da academia do Porto. A avaliar pelo número de alunos avançado por Ana Luísa Pereira, em média, cerca de 50 pessoas passam por este local na baixa do Porto.
Texto editado por Rita Neves Costa