A base de dados do portal Infocursos foi atualizada este sábado, informou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES). A plataforma reúne informação estatística sobre 3.800 cursos superiores, públicos e privados, em tópicos como a taxa de abandono e de desemprego, ou ainda a distribuição de alunos inscritos por sexo, idade ou média final de curso.  

As estatísticas apresentadas este ano dizem respeito ao ano letivo 2018/2019. Na plataforma é possível encontrar dados de licenciaturas, mestrados integrados e, desde o ano passado, de Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP) e de mestrados de segundo ciclo.

Menos desemprego, mais estrangeiros

Dos dados nacionais, há dois indicadores que se destacam. Por um lado, a percentagem de recém-diplomados inscritos como desempregados em centros do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) que é a mais baixa dos últimos anos.

A taxa de desemprego registado entre estudantes do ensino público é agora de 3,3% quando em 2015 se assinalavam 8,6%. Para os estudantes do privado, a evolução foi ainda melhor nesse período: de 12,7% de registos no IEFP para 3,9% no ano a que reporta a versão 2020 do Infocursos (2019).

Os valores são, assim, pré-Covid-19, decorrentes de uma realidade do mercado de emprego que não é a atual.

Outra percentagem em destaque é a de estudantes estrangeiros que aumentaram em todos os níveis de ensino. Nos CTeSP são agora 8% do total (eram 5,4% há um ano), nas licenciaturas são 11,9%, nos mestrados integrados são 10,2% e nos mestrados de segundo ciclo, onde se registou o maior crescimento, são já 26,2% do total de inscritos. Quer isto dizer que mais de um em cada quatro estudantes de mestrado em Portugal são de outra nacionalidade que não a portuguesa.

Em matéria de abandono do ensino superior, as percentagens estão em declínio nos últimos anos (embora ligeiro no que a licenciaturas e mestrados integrados diz respeito). O Infocursos diz-nos a percentagem de estudantes que desapareceram do sistema um ano depois de ter começado o curso. Os CTeSP (17%) e os mestrados de segundo ciclo (16,4%) são os que apresentam valores de desistência mais elevados. Estas percentagens descem para os 8,8% nas licenciaturas e para os 3,4% nos mestrados integrados.

Os cursos da UP

Da meia centena de licenciaturas e mestrados integrados lecionados na Universidade do Porto (UP), dez apresentam taxas de desemprego abaixo de 1%. Os cursos de Física (FCUP), Medicina (ICBAS) e Engenharia de Redes e Sistemas Informáticos (FCUP) não tinham qualquer recém-licenciado inscrito no IEFP.

E entre os cursos com mais inscritos, as taxas também diminuíram consideravelmente. O Mestrado Integrado em Psicologia (FPCEUP) continua a ser o que, tanto em número absoluto como em percentagem, apresenta maior nível de desemprego no universo da UP. Contudo, a taxa é este ano de 10% quando era há um ano de 17,2%. Também Arquitetura, que em números absolutos é o segundo curso com mais inscritos no IEFP, viu diminuir bastante a taxa de desemprego: de 10,8% no ano passado para 5,3% este ano.

Quanto à média das notas de entrada – não a nota do último colocado, mas a média das notas dos que entraram no curso – há dez cursos com médias superiores a 18 valores, numa lista liderada por Medicina (ICBAS) com 18,9, Engenharia e Gestão Industrial (FEUP) com 18,8 e Bioengenharia (FEUP) com 18,7.

As médias mais baixas andaram na casa dos 13 valores em cursos como Engenharia Geoespacial, Geologia e Engenharia Agronómica, todos da Faculdade de Ciências.

À saída, as melhores médias registaram-se, ao nível do primeiro ciclo, no Mestrado Integrado de Bioengenharia (15,5), na Licenciatura em Ciências da Comunicação (15,3) – de que o JPN faz parte – e na Licenciatura de História da Arte (15,2).

Os cursos de Engenharia Civil (12,6), Ciências de Engenharia (12,5) e Direito (12,4) apresentam as médias de classificações finais mais baixas.

Quanto a estudantes que finalizaram o curso com média de 20 há, claro, muito poucos. Só três cursos em quase 200 têm registo de alunos com média final de 20. São estudantes dos mestrados de segundo ciclo em Ciência de Computadores e em Bioquímica e da Licenciatura em Matemática.

Para fechar, no que diz respeito aos estudantes estrangeiros, a análise dos dados da Universidade do Porto mostra que o peso destes está em linha com os valores nacionais: perto de 10% no total, cerca de 25% quando analisados somente os mestrados de segundo ciclo. Dos 199 cursos com dados, há 16 que têm mais estudantes estrangeiros inscritos do que portugueses.

O site do Inforcursos é gerido pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, com o apoio da Direção-Geral do Ensino Superior.