Ineficácia azul e branca
Num jogo que começou muito antes do apito inicial, por causa de picardias entre os dois clubes, o início do encontro foi muito disputado, com ataque para ambos os lados e muitos duelos físicos travados no meio-campo. O primeiro lance de nota apareceu aos 15 minutos, num livre ainda longe da grande área. Uribe cruzou para Grujic que obrigou Ádan a fazer a primeira defesa da noite.
Numa fase em que a equipa azul e branca estava por cima, Corona fez um passe a rasgar entre Pedro Porro e Gonçalo Inácio, que deixou Zaidu na cara do guarda-redes, mas o nigeriano rematou para fora. Foi o mesmo Corona que, minutos depois, isolou Uribe, mas Ádan disse mais uma vez presente com uma saída corajosa que afastou o perigo da baliza verde e branca.
Apesar do jogo estar repartido, as melhores oportunidades no ataque eram dos “dragões”. A meio da primeira parte, Diogo Costa, desde a sua área, conseguiu lançar Marega no ataque e o maliano serviu Corona, mas mais uma vez o remate não se enquadrou com a baliza. Do lado do Sporting, a primeira investida surgiu pelos pés de Pedro Gonçalves, num remate a passar perto da trave da baliza defendida por Diogo Costa.
Quase a ir para o intervalo, surgiu a oportunidade mais flagrante da primeira metade do jogo. Zaidu foi lançado em corrida por Felipe Anderson que conseguiu encontrar João Mário na grande área. O jovem portista rematou muito perto da baliza e Coates conseguiu fazer um corte defeituoso. A bola sobrou para Marega, mas o maliano acertou no poste. 0-0 era o resultado ao intervalo.
Solução estava no banco
Ainda nem toda a gente se tinha sentado no sofá, quando aconteceu o primeiro lance de perigo. Mais uma vez, Corona lançou Marega que descobriu Uribe dentro da área, mas o remate do colombiano saiu muito por cima da trave. Estava dado o mote daquilo que podia ser o resto da segunda parte.
Contudo, os minutos passavam e as oportunidades eram escassas para ambos os lados. Aos 65 minutos, Pedro Gonçalves ganhou algum terreno e passou para Nuno Santos, que puxou para o seu pior pé. O remate que se sucedeu resultou numa defesa fácil de Diogo Costa.
Depois de um desentendimento entre Pepe e Uribe, Nuno Santos ficou isolado com Diogo Costa, mas depois de fintar o jovem guarda-redes português, Felipe Anderson fez um corte que valeu quase como um golo. Ainda não era desta que o marcador se alterava.
Aos 80 minutos chegou o golo, numa altura em que o ritmo estava a baixar cada vez mais. Marega pegou na bola no início do meio-campo adversário e avançou pelo corredor central rumo à grande área, onde entrou rodeado de jogadores do Sporting. Entre dribles e com alguma sorte à mistura, o avançado do FC Porto acabou por marcar, num lance algo caricato. Estava desfeito o nulo no marcador muito perto do final do jogo.
O Sporting teve de correr atrás do prejuízo e Rúben Amorim tentou mexer no jogo e fez entrar Gonzalo Plata, Daniel Bragança e Jovane Cabral. As alterações por parte do treinador da equipa verde e branca surtiram efeito. Num livre marcado por Nuno Santos e aliviado por Mbemba, Jovane Cabral aproveitou e fez um remate colocado à entrada da área para fazer o golo do empate dos “leões”.
Quando toda a gente já pensava que o jogo ia para a decisão por grandes penalidades, um contra-ataque rápido conduzido por Pedro Gonçalves e Jovane Cabral, sentenciou a partida. O jovem natural de Cabo Verde bisou na partida e carimbou a passagem do Sporting CP para a final da Taça da Liga.
O Sporting CP volta à final desta competição, que já ganhou em duas épocas (2017/2018 e 2018/2019), depois de no ano passado ter perdido frente ao SC Braga nas meias-finais. Já o FC Porto continua sem conquistar a Taça da Liga, o único troféu que nunca venceu.
Resultado “caído do céu”, diz Conceição
No final do encontro, Sérgio Conceição, apesar da derrota, ficou contente com a exibição da equipa e lamentou “um resultado um bocado caído do céu”. Acrescentou, ainda, que os “dragões” podiam ter aproveitado melhor as ocasiões que tiveram.
O técnico portista queixou-se ainda da arbitragem – foi amarelado no decorrer da partida, enquanto o adjunto, Vitor Bruno, foi expulso -por considerar que existem “dois pesos e duas medidas” e que o FC Porto tem de “andar contra tudo e contra todos”.
Do lado dos “leões” ninguém compareceu à flash interview. Já na conferência de imprensa, foi o presidente Frederico Varandas quem apareceu para uma declaração sem direito a perguntas dos jornalistas. Nessa intervenção, o responsável máximo do clube explicou o processo dos “falsos positivos” de Nuno Mendes e Sporar e porque considera o clube que os dois jogadorres deviam ter podido jogar em Leiria. Varandas anunciou, na sequência do caso, que o clube vai apresentar uma queixa junto da Ordem dos Médicos contra o diretor clínico do laboratório onde foram registados os falsos positivos.
Com esta vitória, o Sporting espera agora pelo vencedor do jogo entre o SC Braga e o Benfica, para saber quem vai defrontar na final da Taça da Liga, marcada para o próximo sábado. Já o FC Porto, volta a jogar para o campeonato na segunda-feira, dia 25, desta feita frente ao Farense.
Artigo editado por Filipa Silva