Neste que foi o jogo número 200 de Petit como treinador na Primeira Liga, o Boavista recebeu no Estádio do Bessa Séc. XXI a equipa do CD Tondela, este sábado (8), em jogo a contar para a 17.ª jornada do campeonato. Os golos tardaram a chegar, mas o jogo nunca arrefeceu e foram muitas as oportunidades criadas e desperdiçadas de parte a parte. No final, um empate ditou a divisão de pontos entre as duas equipas e a subida, à condição, do Boavista ao nono lugar da tabela.
A convocatória do avançado gambiano Yusupha para a CAN e a infeção por Covid-19 de Jackson Porozo forçaram Petit a promover duas alterações em relação ao jogo anterior e, para o lugar dos dois, entraram Nathan e N’Tep.
Do lado do Tondela, Ricardo Alves voltou para o banco de suplentes e para o seu lugar entrou o já recuperado João Pedro, que havia ficado de fora das opções na última partida por limitações físicas. Na frente, Dadashov assumiu a titularidade que, no empate frente ao Vitória SC, pertencera a Daniel dos Anjos que está, novamente, entregue ao departamento médico.
Falhas na finalização adiaram abertura do marcador
A equipa da casa entrou melhor no jogo e, logo à passagem do terceiro minuto, protagonizou uma das grandes oportunidades da partida. Após uma recuperação de qualidade de Nathan, que a dois toque deixou um adversário pelo caminho e progrediu até perto da área contrária, e um grande passe de primeira de Musa, Gustavo Sauer rematou por cima da baliza de Pedro Trigueira.
A resposta do Tondela não tardou e, poucos segundos depois, Rafael Barbosa rematou com força e deixou alerta Bracali que viu a bola passar poucos metros ao lado da sua baliza.
Os axadrezados fizeram valer o fator casa e não abrandaram. Aos 14 minutos, mais uma oportunidade flagrante para a equipa do Boavista e, novamente, a nascer nos pés de Nathan. O ala brasileiro trocou as voltas a Neto Borges na lateral e tirou o cruzamento para a cabeça de N’tep. O avançado fez o que lhe competia, cabeceou de forma exímia para a baliza, mas não contava com Bebeto em cima da linha de golo. O lateral brasileiro salvou a equipa beirã e protagonizou um dos grandes momentos do jogo com um grande corte que manteve tudo na mesma no marcador.
Antes do apito do árbitro para o intervalo, houve ainda tempo para duas grandes oportunidades de abrir o marcador.
Primeiro, foi o Tondela a criar perigo. Aos 30 minutos de jogo, um grande contra-ataque conduzido por Salvador Agra culminou com a finalização de Rafael Barbosa, que fez a bola passar a centímetros do poste axadrezado. As poucas dezenas de adeptos do Tondela presentes no Bessa chegaram a gritar golo no lance.
Nem um minuto depois, foi a vez de fazer tremer o guarda-redes da equipa visitante. Peter Musa imprimiu muita força num remate dentro da grande área e Pedro Trigueira protagonizou uma grande defesa que evitou males maiores.
Domínio boavisteiro termina em luta pelo empate
Depois do intervalo, o que sobrava de equilíbrio entre as duas equipas desvaneceu-se e o Boavista foi dominante, deteve a possa de bola e definiu o ritmo de jogo e a criação de oportunidades. O que não significou necessariamente que esta era uma tarefa fácil para a equipa comandada por Petit.
Apesar do controlo, e depois de ter rondado várias vezes a baliza adversária, quem acabou por marcar foi o Tondela. Mais uma vez num contra-ataque rápido protagonizado por dois jogadores: bola conduzida por Dadashov que deixou para Salvador Agra e o português não se fez rogado: tirou um adversário do caminho e colocou a bola no canto inferior esquerdo da baliza, junto ao poste mais próximo do guarda-redes do Boavista. Com 71 minutos de jogo estava aberto o marcador, 1-0 para o Tondela.
O golo não desmoralizou o Boavista e as panteras foram atrás do empate. O controlo manteve-se e, depois de algumas tentativas frustradas, a igualdade acabou por surgir de bola parada. Com 88 minutos jogados, depois de um canto batido para o interior da pequena área, Musa ganhou de cabeça duas vezes, tantas quantas os defesas do Tondela cortaram a bola em cima da linha e, depois de alguma confusão dentro da área, De Santis apareceu solto e, perante a baliza aberta, só teve de finalizar.
O jogo teve ainda mais sete minutos de compensação, mas a história do marcador ficou por aí. 1-1 foi o resultado final.
“Não nos satisfaz, este ponto”
No final do jogo, Petit não se mostrou satisfeito com o empate, mas elogiou a reação dos seus jogadores após o golo sofrido: “Criámos situações de golo suficientes para sairmos daqui com outro resultado. (…) O Tondela fez um golo em transição, mas tivemos uma boa reação e chegámos ao empate. Não nos satisfaz, este ponto. Nesta casa temos de trabalhar sempre pelos três pontos.”
Sobre ter completado 200 jogos enquanto treinador, Petit reconhece que “é uma marca histórica”, mas diz que “preferia os três pontos”. Ainda assim, concluiu reconhecendo que se sentia “mais maduro e experiente”.
“Pena que tenhamos concedido o golo num canto”
Pako Ayestarán, treinador da equipa beirã, considerou o resultado justo e lamentou o golo sofrido: “Achei que era possível sair daqui com a vitória, mas o Boavista teve as suas ocasiões e pode dizer-se que o ponto é justo. É uma pena que tenhamos concedido o golo num canto em que podíamos ter defendido melhor”, declarou.
Sobre a estratégia trazida para o jogo, o técnico espanhol mostrou-se satisfeito pela forma como foi executada, mas considerou que a equipa tem “de ser capaz de definir melhor”. Em resumo, ironizou: “Estamos satisfeitos. Também sabemos empatar.”
Com este empate, o Boavista mantém a boa série de quatro jogos sem perder, sobe ao nono lugar e recebe no próximo dia 15 o Gil Vicente, sétimo classificado. A equipa do Tondela, termina o dia no 13.º posto e visita Vila do Conde, na quarta-feira, para defrontar o Rio Ave, em jogo a contar para os quartos de final da Taça de Portugal.
Artigo editado por Filipa Silva
