O projeto chama-se “Power-to-Liquid” e está a ser desenvolvido por um consórcio do qual a empresa de gestão e tratamento de resíduos urbanos faz parte. A unidade ficará instalada na Maia.

A unidade PtL a ser instalada na Central de Valorização Energética da Maia será uma das primeiras da Europa. Foto: Lipor

A Lipor apresentou, esta quinta-feira, um projeto de transformação de resíduos energéticos em novos bens. Chama-se “Power-to-Liquid” e passa pela implementação de uma unidade de produção de eFuel na Central de Valorização Energética da Maia. O desenvolvimento será feito por um consórcio, composto pela própria LIPOR, pela Veolia Portugal, empresa com trabalho na gestão da água, dos resíduos e da energia, e pela P2X Europe, empresa internacional com atuação nas áreas dos combustíveis sustentáveis e do Power-to-Liquid (PtL).

Com a instalação da unidade PtL, a Lipor poderá passar a produzir um “combustível verde sintético” – o eFuel – cuja utilização se destina à indústria da aviação. O eFuel pode ser produzido através de uma combinação de dióxido de carbono (CO2), capturado do processo da Central, e hidrogénio proveniente de energias renováveis. Para que tal seja possível, a Central de Valorização Energética será dotada de tecnologia de Captura e Utilização de Carbono (CCU), que possibilitará a extração e a purificação da componente biogénica do dióxido de carbono.

O objetivo da empresa de gestão de resíduos urbanos passa por expandir a sua ação estratégica de transformação do lixo em novos recursos, desta feita ao tratamento de resíduos energéticos. A baixa ou inexistente emissão de dióxido de carbono resultante do uso desta tecnologia permite à Lipor ajudar a “melhorar significativamente o balanço energético e ambiental do processo de valorização energética dos resíduos”.

Em comunicado de imprensa, a Lipor, que descreve o projeto como “pioneiro”, afirma que, “numa primeira fase”, serão aproveitadas “cerca de 100 mil toneladas de CO2 biogénico” a serem transformadas em eFuel, que, por sua vez, deverá ser convertido em produtos renováveis, tais como o eKerosene e o eDiesel. Mas antes, vão ser feitos os estudos de viabilidade necessários para a construção da infraestrutura, que deverá ser “à escala industrial”.

A empresa sublinha ainda o contributo que este projeto fará no sentido da descarbonização e da transição para a economia circular, “em linha com as políticas climáticas e energéticas de Portugal e a ambição do País em alcançar a Neutralidade Carbónica até 2050”.

A unidade PtL a ser instalada na Central de Valorização Energética da Maia será uma das primeiras da Europa.

Artigo editado por Filipa Silva