O FC Porto bateu o Atlético de Madrid por 2-1 com golos de Taremi e Eustáquio e um auto-golo de Marcano. A derrota impediu o Atlético de seguir nas competições europeias, algo que não acontecia desde 2010/2011.

Eustáquio marcou o segundo golo dos portistas, aos 24′. Foto: FC Porto/Facebook

Há um ano, eram os colchoneros a eliminar o FC Porto da Liga dos Campeões. Esta terça-feira (1), os papéis inverteram-se. Na receção ao Atlético, os dragões venceram a desforra por 2-1 e conquistaram o primeiro lugar no grupo B.

Os golos dos azuis e brancos surgiram cedo, com Taremi a marcar aos cinco minutos e Eustáquio a aumentar a vantagem aos 24′. O Atlético só marcou na compensação, quando um remate de Carrasco desviou em Marcano e a bola atingiu as redes de Diogo Costa.

O FC Porto dominou o jogo, com destaque para a consistência de Pepê a defender e a atacar e para Diogo Costa, sempre decisivo a garantir a segurança da baliza portista. Do lado dos visitantes, o jogo transpareceu uma mentalidade frágil e um desempenho muito aquém das expectativas.

Um Estádio do Dragão a ferver com mais de 47.500 adeptos assistiu à vitória, que deixou o Porto no primeiro lugar da fase de grupos da Liga dos Campeões, com 12 pontos, seguido pelo Club Brugge (11 pontos), que foi à Alemanha empatar com o Bayern Leverkusen 0-0. Os alemães, com cinco pontos, são despromovidos para a Liga Europa. A primeira derrota frente ao Porto na Liga dos Campeões desde 2009/10 deixou o Atlético em último no grupo, também com cinco pontos (perdem para o Leverkusen em confronto direto). Desde 2010/11 que os espanhóis não eram eliminados tão cedo das competições europeias.

Uma primeira parte para se aplaudir de pé 

Já apurado para os oitavos de final, mas a disputar a primeira posição com o Club Brugge, o FC Porto recebeu um Atlético de Madrid que necessitava da vitória para ir à Liga Europa. Depois de, na mesma semana, ter hipotecado as possibilidades de avançar para a próxima fase da Liga dos Campeões e de ter perdido para o Cádiz na Liga espanhola, percebeu-se cedo no jogo que a fase má da equipa de Diego Simeone estaria longe de passar.

Logo aos cinco minutos, os madrilenos sofriam o primeiro golo. A jogada começou num belo passe de Pepê para Evanilson, que assistiu o internacional iraniano Mehdi Taremi, sozinho e à frente da baliza, para anotar o 1-0 no Dragão

 

Em seguida, aos 14’, o iraniano serviu Galeno, mas o avançado brasileiro falhou frente ao guarda-redes do Atlético de Madrid. Aos 24 minutos, Galeno redimiu-se: depois de vencer a disputa de bola com Savic, passou para Stephen Eustáquio, que rematou sem hipótese de defesa para Oblak. Foi assim o segundo golo da partida e o milésimo da história do Estádio do Dragão

 

Antes do intervalo, o guarda-redes do Atlético fez uma grande intervenção para evitar o que podia ter sido o terceiro golo dos portistas. Noutra vitória individual de Galeno pela esquerda, a bola passou com muita classe de Evanilson para Taremi. O iraniano acionou Otávio, mas o médio luso-brasileiro não conseguiu superar o guarda-redes colchonero

A vitória parcial e, sobretudo, o desempenho frente ao adversário nos primeiros 45’ fizeram os jogadores de Sérgio Conceição saírem aplaudidos de pé pela claque portista. 

Na segunda parte, podia ter havido mais golos (a favor) do Porto

Os portistas voltaram do balneário com a mesma intensidade e tiveram oportunidade de marcar já aos 50’. Novamente em jogada que começou pela direita, Taremi rematou forte, mas em direção a Oblak. O guarda-redes visitante viu-se forçado a fazer outra grande defesa aos 73’, quando o avançado Evanilson cabeceou forte, na sequência de um canto cobrado por Wendell.

Segundos depois, no contra-ataque, a primeira oportunidade real de golo do Atlético de Madrid: remate do internacional argentino Ángel Correa, que foi parado por Diogo Costa. 

Aos 81’, houve uma sequência de oportunidades para o Porto anotar o terceiro golo no Dragão. No primeiro momento, a finalização de Taremi foi rebatida por Oblak. Depois da disputa de Galeno, a bola sobrou para Wendell arriscar de fora da área, para outra grande intervenção do internacional esloveno, ex-Benfica. 

Nos descontos, os espanhóis levaram perigo à baliza de Diogo Costa. À primeira, Yannick Carrasco rematou firme e sem sucesso frente ao guarda-redes do FC Porto. Já no último lance do jogo, o tiro de canto cobrado pelo internacional belga foi desviado por Ivan Marcano, que fechou o marcador com um autogolo. 2-1 no Dragão, com grande festa na claque e com a sensação de que o desempenho azul e branco poderia ter sido convertido em mais golos a favor.

“Fizemos aquilo que era nossa obrigação, aquilo que é a história do clube”

Depois de garantir o primeiro lugar, Sérgio Conceição ressaltou uma equipa do Porto “disciplinada e rigorosa no processo defensivo”. Apesar de apontar que venceu a partida “ferindo o Atlético” onde já o feriu “algumas vezes”, mostrou-se surpreso com uma postura tão ofensiva dos espanhóis. 

O técnico mostrou-se satisfeito com o grupo de jogadores: “Fizemos aquilo que era nossa obrigação, aquilo que é a história do clube, com uma resposta fantástica nesta prova.” Apontou, por fim, a dificuldade acabar no primeiro lugar do grupo, depois de chegar à terceira jornada com zero pontos conquistados e, ainda sim, conseguir vencer dois “jogos muito difíceis” contra o Bayer Leverkusen. 

Quando questionado sobre a campanha até aqui na Liga Portugal, Conceição disse estar frustrado, apesar do respeito que tem pelos adversários, por ter perdido pontos frente ao Santa Clara, Rio Ave e Estoril, tendo em conta a atuação do Futebol Clube do Porto na última jornada da fase de grupos. 

“Todas as equipas foram superiores a nós. Há que aceitar a realidade”

Para Diego Simeone, há 12 épocas à frente do Atlético, o Porto teve “mais intensidade, melhor posicionamento para ganhar as segundas bolas e a saída muito boa da pressão”. Sobre a participação nesta Liga dos Campeões, afirmou: “Marcamos pouco e em quase todos os jogos as equipas foram superiores a nós. Há que aceitar a realidade”. Questionado sobre a união dos jogadores, El Cholo disse que “nem todos podem estar de acordo em algumas coisas, mas temos um objetivo em comum. Há um monte de desafios para superar, vamos ver se temos muitos homens no grupo para o fazer”. 

Com duas vagas em aberto e o restante da última jornada por disputar nesta quarta-feira (2), o FC Porto já conhece alguns dos possíveis adversários nos oitavos da liga milionária: Inter de Milão, Liverpool, Borussia Dortmund e Eintracht Frankfurt já estão definidos. Esta quarta-feira, juntam-se a este leque de equipas o Milan ou o RB Salzburgo; o Shakhtar Donetsk ou o RB Leipzig e, o badalado Paris Saint-Germain, caso o Benfica fique em primeiro no grupo.

O FC Porto e o Atlético voltam aos relvados no fim de semana. Em busca de encurtar a distância para Benfica e Braga, o  FC Porto recebe o Paços de Ferreira, último classificado, no sábado (5), também no Dragão.

Os espanhóis, em terceiro lugar no campeonato espanhol e a quererem aproximar-se do Real Madrid e Barcelona, defrontam o Espanyol, no domingo (6), no Estádio Wanda Metropolitano.

Artigo editado por Fernando Costa