Esta sexta-feira, o planeta Terra volta a ser protagonista e os seus direitos voltam a ser reivindicados pelas vozes dos mais jovens. A Fridays For Future, o movimento internacional criado em 2018 por Greta Thunberg, que toma o nome de Greve Climática Estudantil (GCE) em Portugal, está de regresso à atividade e tem organizadas ações online e presenciais, que vão decorrer durante todo o dia de sexta-feira. Estão envolvidos 18 locais portugueses, mas só cinco é que que vão ter ações presenciais a decorrer.

As marchas habituais deste movimento vão voltar um pouco por todo o país. Em Lisboa, está marcada, para as 16h30, na Praça José Fontana, com o fim previsto uma hora depois no Martim Moniz. Na cidade de Mafra, o ponto de encontro é no Palácio de Mafra pelas 17h00 e no Algarve é no Mercado Municipal de Faro meia hora antes.  Já no Montijo, a reunião está marcada para as 18h00 na Câmara Municipal e vai decorrer até ao Parque da Cidade.

Recurso ao online para “incluir todas as pessoas”

Neste regresso do movimento global Fridays For Future, a novidade em Portugal será a possibilidade de se participar online. Algo que será permitido pela forte presença desta organização na rede social Instagram, onde, já na primeira quarentena, organizou diretos para manter o debate sobre este tema em cima da mesa. Cada organização regional do GCE em Portugal vai ter atividades a decorrer na sua conta de Instagram. No Porto, por exemplo, estão previstas conversas temáticas no decorrer da tarde, nas quais será abordada a justiça climática, o consumismo, lutas sociais, e outros assuntos.

“Museu do Caos Climático” em Aveiro

Em declarações ao JPN, Bianca Castro, uma das porta-vozes do GCE, revela a “inclusão da cultura nos eventos a decorrer amanhã [sexta-feira], por este ser um setor que também ele carece de ajuda a curto prazo”. 

Em Aveiro, por exemplo, estará montado um “Museu do Caos Climático” com obras de arte e imagens “que espelhem a crise climática”. Para além da cidade aveirense, também a capital contará com uma dose de arte, com performances do Coro dos Anjos, Luís Severo, Nitry e Luca Argel planeadas para depois da marcha. As atuações vão ser transmitidas online para que “todas as pessoas possam estar lá connosco”, nota a ativista.

O debate sobre a crise climática, não poderia ficar de fora da ordem do dia e, como tal, estão previstas rodas de conversa com “diferentes temáticas e discursos de coletivos subscritores. O pretendido é reanimar o debate sobre a situação ambiental crítica que se vive por todo o mundo depois do que já foi feito em 2019, ano em que saíram à rua milhares de pessoas com o mesmo objetivo.

Na opinião da estudante de Física, na Faculdade de Ciências de Lisboa, “ainda há muito a ser feito, já que o trabalho desenvolvido pelos governos nos últimos anos foi insuficiente”. “As promessas vazias” fizeram com que o ano de 2020 “atingisse um novo pico de gases com efeito estufa no planeta” e daí a necessidade de o movimento voltar à ação já amanhã, diz.

A adesão espera-se que seja grande “já que grande parte das pessoas que se mobilizam são jovens que estão presentes nas redes sociais”, mas “o fator online não chega” e fica, por isso, o apelo a que as pessoas saiam de casa para que “a verdadeira ação continue a ser nas ruas para acabar com estado atual e tornar o impossível no possível”, rematou.

Artigos editado por Filipa Silva