A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai punir equipas que cometam atos de racismo – tornando-se a primeira entidade do mundo que prevê no regulamento castigar desportivamente os clubes pelo crime em questão. A medida vai entrar em vigor na Copa do Brasil, que arranca a 22 de fevereiro.

As punições por descumprimento de tal regra podem representar uma multa de 500 mil reais (pouco mais de 89 mil euros) e ainda traduzir-se na perda de pontos na competição.

A decisão não foi posta a votação, sendo uma imposição do Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Em conferência de imprensa, informou que se tratou de uma decisão administrativa e que as punições virão por meio de um colegiado. “Esse colegiado, vai submeter seu entendimento à presidência da CBF, que vai fazer um ato oficial verificando qual é a pena e encaminhando ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva)”, disse o presidente, ressalvando que os casos seriam ainda levados à Polícia Civil e ao Ministério Público.

A equipa pode ser castigada independentemente do crime de racismo ser cometido por parte de jogadores, treinadores, dirigentes ou até mesmo adeptos – mas, quanto ao último, há uma maior discussão. Nas redes sociais, os apoiantes argumentam que a punição devia ser aplicada à própria pessoa; outros, inclusive, apontam que rivais podem tentar disfarçar-se na claque adversária para causar perda de pontos à equipa. 

O Regulamento Geral de Competições da CBF define que os atos discriminatórios são de “extrema gravidade”. Em comunicado, partilhado pelas páginas oficiais a CBF, a entidade explica que o objetivo é a “busca de um futebol e uma sociedade antiracistas”.

Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira