No meio da crise política vivida no país, Marlène Schiappa deu uma entrevista e fez fotos com a popular publicação de conteúdos para adultos. Schiappa afirma que pretendeu, com a decisão, mostrar a liberdade das mulheres em França.
A secretária de estado da Economia Social de França, Marlène Schiappa, causou polémica no país depois de anunciar que vai ser capa da próxima edição francesa da revista Playboy.
Schiappa, que se caracteriza como feminista, diz que tomou a decisão para sair em defesa da mulher, e para demonstrar que, em França, as mulheres são livres para fazer o que bem entenderem com seus corpos. A revista, que ainda não foi lançada oficialmente, contará ainda com uma entrevista à secretária de Estado.
A situação foi recebida, tanto pela esquerda, quanto pela direita, com rejeição. A primeira-ministra de França, Elizabeth Borne, criticou a decisão de Schiappa, e revelou que ligou para a governante para lhe dizer que a escolha de fazer as fotos foi “totalmente inadequada”, principalmente tendo em conta as recentes crises encaradas pelo governo francês.
Após a subida da idade da reforma de 62 para 64 anos, a França tem passado por diversas manifestações contra o governo de Emmanuel Macron. O próprio Presidente tinha sido sido criticado recentemente por dar uma entrevista a Pif Gadget, uma revista infantil. O líder da esquerda e terceiro colocado na última eleição para presidente, Jean-Luc Mélenchon, criticou ambas as atuações e disse que indicam que “a França está a sair dos trilhos”.
https://twitter.com/MarleneSchiappa/status/1642166509630898177
Ludovic Mendes, colega de partido de Marlène Schiappa, afirmou que inicialmente achava que se tratava de uma “piada” de 1 de abril. Só depois, ao perceber que era verdade, ficou surpreso. Mendes diz que percebe a luta feminista, “mas não percebo porquê fazê-lo na Playboy”.
O editor da revista garantiu que Schiappa é a política “mais compatível com a Playboy”, por se tratar de uma mulher que entendeu que a publicação não é “para velhos machistas” e sim que a revista pode ser “instrumento da causa feminista”.
Artigo editado por Miguel Marques Ribeiro