Inês Sousa Real não exclui entendimentos com outros partidos, sejam eles de esquerda ou de direita. Diz, no entanto, ao JPN, que não vê "como é que a Aliança Democrática possa dar resposta às preocupações do PAN". Numa ação de pré-campanha no Porto, a porta voz do PAN pronunciou-se ainda acerca do protesto dos polícias à porta do Capitólio, que considera "não fazer jus às reinvindicações destes profissionais". 

Inês de Sousa Real esteve esta quarta-feira no Porto.

Inês de Sousa Real esteve, esta quarta-feira de manhã, no Porto, para uma visita ao Centro Juvenil de Campanhã, uma instituição particular de solidariedade social que, para além de contar uma creche e jardim de infância, acolhe cerca de 40 jovens dos 13 aos 25 anos em situação de vulnerabilidade.

À entrada para a instituição, a líder do Pessoas, Animais e Natureza (PAN) falou aos jornalistas sobre as “lacunas do ponto de vista do apoio à saúde destes jovens, seja na saúde em termos gerais, seja em particular no caso de saúde mental”, reforçando que esta “é uma realidade transversal aos jovens do nosso país”. A porta-voz do partido reforçou a necessidade da importância da prevenção de casos de depressão, tendo em conta que “somos o país da Europa que tem mais incidências do ponto de vista da depressão“.

A deputada considera ainda que “o episódio que aconteceu junto ao Capitólio não faz jus àquilo que [as forças de segurança] têm vindo a reivindicar”. Recorde-se que, esta segunda-feira, centenas de agentes da PSP e GNR mobilizaram um protesto marcado para o Terreiro do Paço até ao Capitólio, em Lisboa, local onde decorreu o debate entre os líderes do PS e da AD. Inês Sousa Real acrescentou que a confiança dos portugueses nos polícias “deve-se manter intocável” e acrescenta que “tendo a razão do lado deles, os polícias não precisam de ações que ponham em causa isso mesmo como as que aconteceram segunda feira”.

A líder do PAN também foi questionada acerca das possíveis alianças após as eleições de 10 de março. Inês Sousa Real não exclui acordos com partidos democráticos, completando dizendo que o partido “tem que fazer essa avaliação, nós não vamos estar a comprometermos com algo que é uma realidade que não conhecemos a este tempo”, mas garante ter linhas vermelhas. “Do ponto de vista ideológico, não queremos retrocesso em matéria de igualdade de género, combate a fenómenos de ódio, são tudo direitos que em sociedade não podemos dar como adquiridos”

Em declarações ao JPN, acrescenta que o que importa para o PAN “é o que é que as forças políticas que estão em condições de formar o governo estarão disponíveis para fazer para avançar as causas que o PAN representa na Assembleia da República”, e reforça que “um voto no PS ou no PSD não fará diferença nenhuma”.

Ainda assim, a líder partidária volta a lançar críticas à AD, que “traz uma coligação com o Gonçalo da Câmara Pereira e também com o Nuno Melo, do CDS, que querem o revivalismo das touradas”. Inês Sousa Real diz também não ver “como é que a aliança democrática possa dar resposta a estas preocupações do PAN”.

A agenda da candidata passou ainda pelo Movimento Terra Solta, uma quinta pedagógica inserida no terreno do Centro Juvenil de Campanhã.

Editado por Filipa Silva